segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Yu All - Blood Elf - Capitulo 6


(rewrote) (especial Natal - episódio bigalhão :p )

A lutar com humanos


Estou de volta. Tudo está tal como me lembrava. Cheguei a sentir saudades do cheiro da poluição desta cidade, da movimentação das pessoas, dos transportes… Que estranho foi ver as coisas da qual sentimos falta quando nos afastamos de tudo. Consegui perceber que era quinta-feira. Tinha perdido noção dos dias em Seol.
Vou primeiro ver os meus pais.
Estavam em casa. Que estranho, pelo que me lembro nunca estavam em casa a uma quinta de manhã!
Ao ver-me, fizeram uma choradeira. Acreditei realmente que haviam sentido a minha falta, até que passado umas horas a conversar, tentando não lhes dar muitos detalhes de onde havia estado, começo a sentir que tudo estava como deixara. A minha mãe como sempre voltou para a empresa. O meu pai havia regressado para o mesmo bar onde todos os dias da minha vida o via embebedar-se, dia após dia. Parece que afinal não sentiram assim tanto a minha falta.
Pelo que percebi nem haviam procurado por mim, achavam que tinha fugido com alguma nova namorada e que estava a viver a vida em qualquer local, que era um acto de rebeldia juvenil. Como era possível que me conhecessem tão mal!?

Decidi ir rever os amigos da universidade. Aí sim, senti que havia provocado falta. Passei o dia a conversar com alguns dos poucos ex-amigos mais próximos. Notei que tentavam não perguntar onde havia estado embora o desejassem, foi agradável estar de volta e verificar a sua amizade e preocupação.
Prometi-lhes voltar a encontrar-me com eles no dia seguinte.
A nostalgia de rever as pessoas, de voltar à universidade, de sentir que podia relaxar. Até os sons da cidade me acalmavam. Nada de gritos, nada de medo, nada de ódio e competição. Finalmente estava calmo, era como se estivesse num paraíso.
Tentei ficar a par de tudo o que se havia passado neste meu tempo de ausência, todas as pequenas coisas me interessavam.
Foi um dia repleto de emoção e alegria, como já à muito não tinha.
No dia seguinte quando acordo, os meus pais já não estão em casa. Confirma-se que as saudades não eram muito grandes.
É melhor ir ter com os meus amigos, rever o resto do pessoal e quem sabe assistir a umas aulas. Seria bom sentir-me integrado, nem que fosse só por um dia. Amanha tento reencontrar Cecília, prometi a mim próprio. Talvez não seja difícil, desde que voltei que me sinto observado, deve ser ela, ou então os amigos de Octávio.
Desta vez, ao chegar à universidade não encontro logo os meus amigos. Em vez disso vejo a Rita. Estava com um "homem bomba" não devia fazer mais nada do que ir ao ginásio, só se via músculo e atitudes de convencido. Sempre detestei pessoas com a mania de superioridade e agora, depois de ter vivido no meio dos vampiros e ver como os seres superiores tratavam todos os outros, este sentimento estava ainda mais enraizado em mim.
Quando me vê, Rita apressa-se para vir falar comigo.
- Olá João, há quanto tempo. Ouvi dizer que tinhas regressado.
- João! Que estranho ouvir este nome! Eu já não era mais o João! Não me sentia como o simples João! Sem me aperceber dou comigo a pensar: “Esta humana já me está a irritar!”...Calma! Afinal de contas eu também sou humano! Estou de volta. Não preciso reagir com agressividade.
- Este é o Nuno, o meu namorado. – Disse a Rita toda grudada no "ogre". Será que me estava a tentar fazer ciúme?
Com um ar de superioridade, o "ogre Nuno" estende a mão para me cumprimentar dizendo com um falso sorriso:
- “É uma honra para mim conhecer o tão falado ex-namorado da Rita.” E dizendo isto tenta esmagar-me a mão com um aperto de mão.
Mal senti a sua força, mas conseguia perceber que se tentava esforçar para me ver fraquejar. Indiferente a isto, soltei um sorriso dizendo. É uma pena, a Rita costumava ter tão bom gosto para namorados.
Segui em frente, de encontro ao Nuno. Com um toque de ombro quase que o derrubava. Achei que seria uma cobardia destruir um ser tão insignificante, mas tenho que admitir que bem tive vontade de o fazer.
De alguma forma, conseguia perceber que aquilo os afectara. Conseguia sentir o seu ódio cercar-me depois daquilo. Mais um dos meus inúteis sentidos de vampiro. Tenho pena se não gostaram, pensei para comigo.
Passei o dia tentando aproveitar ao máximo os meus amigos. Passamos grande parte do tempo a gozar com o "ogre Nuno", parece que ninguém gostava dele. Realmente era agradável sentir-me novamente humano.
No dia seguinte iria ter que me despedir desta vida simples e começar a procurar pela Cecília.
Era estranho, mas passei todo o dia com a impressão que estava sendo observado, para além disto, odiado. O que se passa? Porque sinto isto?
Despedi-me dos amigos em tom de um novo longo adeus.
Encaminhei-me para casa decidido a descobrir quem me seguia, se era Cecília, porquê este sentimento de ódio? Decidi seguir em direcção a uma zona industrial que conhecia, talvez encontrasse um armazém onde pudesse atrair os meus perseguidores.
Facilmente encontrei um, não foi difícil entrar. Estava vazio, era o local ideal.
Rapidamente entram três homens. Claramente não humanos, eram demasiado rápidos e podia agora começar a sentir uma aura cada vez mais poderosa emanando de si. Cercaram-me, apontando-me as suas espadas. “Porque raio deixei a espada em casa?! Tenho que arranjar uma maneira de a transportar sem dar nas vistas.” Pensei para comigo.
- Maldito vampiro. Pensavas que podias infiltrar-te no meio dos humanos sem que sentíssemos a tua presença? Desde que entraste neste mundo que conseguimos sentir-te.
- Comecei a rir, dizendo:
- Muito bem! Não sei quem são, mas se querem morrer, venham!
- Estes vampiros são todos iguais!
- Disse um deles. Um outro interrompeu com ar de arrogância:
- Com estas espadas sagradas não tens hipótese.
- Dizendo isto, atacaram-me de frente.
- Os seus ataques eram bastante rápidos. Não podia facilitar. Tentei agarrá-los com as minhas “mãos extra”. Mas os meus espíritos não eram rápidos o suficiente. Ao mesmo tempo pensava que tenho que arranjar um nome para este ataque, afinal de contas, é um ataque único em todo o universo, espíritos que comando com o meu pensamento, que nome poderei dar a este ataque? Bem, mas primeiro vou despachar estes fracotes. Eles estavam a conseguir esquivar-se de todos os meus ataques. Como é possível? Eles podem ver as almas? Percebi que não podia continuar a levar esta questão de ânimo leve. Ao mesmo tempo um deles fez-me um golpe pouco profundo no braço.
- Como é possível? Quem és tu?
- Perguntaram eles detendo por momentos o ataque.
- Não sofreste o ataque como um ser do mal, o golpe deveria ter-te provocado grande dor. No entanto tens uma aura de vampiro. Mas usas espíritos. Nunca conheci nenhum monstro como tu.
- Não seja por isso, se te cortar a cabeça deves morrer.
- Diz um outro, recomeçando o ataque.
Consegui perceber que mais elementos estavam a entrar no armazém. Decidi retirar, é melhor fugir e tentar pegar a espada. Assim terei mais hipóteses.
Felizmente embora eles tivessem bom poder de ataque e rapidez não tinham muita resistência. Rapidamente o seu nível de rapidez baixou e ficaram para trás. Peguei a espada e dirigi-me para um campo de futebol que há por perto. Se tinham sido capazes de me sentir, certamente conseguiriam encontrar-me aqui.
Decidi preparar uma armadilha. Será que conseguiriam ver as almas se estas estivessem debaixo da terra?
Para além disso estava a ficar de noite, talvez isto me desse uma vantagem, como sendo eu um ser em parte vampiro tinha boa visão nocturna.
Quando estes chegaram, aproximaram-se lentamente. Pareciam suspeitar de uma armadilha. A espada estava enterrada a poucos metros, bem segura com uma das almas.
Dois deles correram na frente. Foram facilmente agarrados ao entrarem no meu espaço de alcance.
O outro saltou desviando-se da armadilha. Tentou atacar-me de frente com um golpe de espada por cima da cabeça. Rapidamente a minha espada se moveu defendendo o ataque. Enquanto a minha outra alma o prendeu. Estavam ao meu dispor. Tencionava perceber quem eram e porque me atacavam.
Infelizmente surgiram mais seis guerreiros.
Pareciam só humanos. Eram lentos, estavam com medo e carregavam metralhadoras. Tentei dizer-lhes que tinha reféns, mas não valeu de nada. Começaram a disparar. Acertaram-me com algumas balas enquanto corria para os golpear. Usei os seus amigos como escudo. Foram também atingidos, mas isto não parecia detê-los.
Aproximei-me deles cortando mortalmente dois deles. Rapidamente consegui perceber o poder da espada a curar-me e dar-me energia. Dirigi-me lentamente para o terceiro elemento enquanto os outros três retiravam.
Este estava caído no chão. Estes seis humanos estavam vestidos como membros da polícia de choque. Não conseguia saber quem eram, mas este, enquanto tentava retirar o capacete, gritou “não me mates”. Tinha uma voz que me era familiar. Onde tinha eu ouvido esta voz?
Finalmente pude ver o seu rosto. Era o ogre do Nuno. O que se estava aqui a passar?
Não tive tempo para perceber. Senti um grande poder atrás de mim.
Um dos guerreiros que havia prendido soltou-se. Estava a regenerar-se dos ferimentos de bala. O que era isto? Quem é ele?
- Muito bem. Compreendo que te subestimei. Vais lutar apenas comigo.
- Por mim lutar apenas contra um era ainda melhor. Assim concentrava-me em acabar com este antes de eliminar os outros. Ele parecia ser o líder e muito provavelmente o mais forte.
- Claramente não és um vampiro.
- Dizendo isto apontou-me um raio de luz branca. Está a tentar ofuscar-me? Pensei.
- Não sei o que és tu. Tens uma aura de vampiro, no entanto a magia branca não te afecta. Não tens problemas em matar. Mas ao mesmo tempo detiveste o ataque contra o Nuno. Será que um monstro pode ter coração?
- O seu corpo começou a ficar envolvido em luz. Decidi soltar os seus amigos. E concentrar-me apenas nele.
Todos os outros se retiraram. Os corpos dos seus dois amigos que soltei começavam também a regenerar-se. Não tão rapidamente como o primeiro. Mas mesmo assim nunca tinha visto ninguém fazê-lo sem absorver sangue de outro ser.
- Pela tua cara estou a ver que nunca viste paladinos!
- Sorri dizendo: “pensei que não podiam estar seres mágicos na terra”.
- Seres mágicos!? Eu não sou um ser mágico. Eu sou um humano. Simplesmente fui abençoado com o poder necessário para eliminar monstros como tu.
- Nas suas mãos materializaram-se uma espada mais imponente e um escudo.
Saltou na minha direcção, atacando com uma rapidez e força como nunca antes tinha visto.
Estava a ter muita dificuldade em defender-me.
As almas eram quase inúteis.
Caí.
O paladino não se deteve a espetar-me a espada no coração.
Retirou-a lentamente apontou-a ao meu pescoço e disse:
- Foi bom poder libertar algum do meu poder. Deste mais luta do que alguma vez pensei.
- A espada ainda tinha poder para me regenerar. Sarei o golpe no coração e tentei golpeá-lo.
Ele saltou para longe incrédulo.
- Um vampiro que se cura sem ter que beber sangue!
Realmente és diferente de tudo o que vi até hoje! Mas isto acaba com o próximo ataque.
Levantei-me. Não tinha mais energia para regenerar.
Certamente iria perder a luta se continuasse assim. Ia ter que recorrer à minha última opção! Raulian...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Yu All - Blood Elf - Capitulo 5

(rewrote)
O regresso

Todo este tempo em Seol não havia sido fácil.
Passava o dia com seres que na sua maioria eram arrogantes e viciados em tornarem-se fortes. A maioria estava em más condições, não tinham comida e apodreciam lentamente.
Como se não bastasse. Todos os vampiros inferiores me olhavam com medo e ódio. Eu era aquilo em que eles se queriam tornar, um vampiro respeitado, temido, poderoso e adorado pelos mais fortes do clã. Quase todos desejavam o meu lugar, desde que entrei para o clã sempre fui respeitado pelos principais vampiros e nunca fui tratado como um ser de uma raça inferior. Segundo as leis vampíricas um vampiro só poderia ter tudo o que me foi oferecido se destruíssem um ser que já tinha tudo isso o que para mim não era muito animador pois todos os vampiros inferiores esperavam a sua vez para me destruir e tomar o meu lugar.
Rapidamente me tornei um vampiro superior um lugar nada fácil de alcançar além de já ter entrado no clã em condições especiais. Todos estes meses de treino tinham valido a pena. Estava finalmente na altura de seguir o meu próprio caminho, seguindo as minhas próprias leis. Quando somos vampiros superiores podemos abandonar o clã e seguir a nossa vontade sem ajuda ou orientação de ninguém excepto do 1º vampiro, o mestre de todos os vampiros, alguém que nunca tinha conhecido. Só me restava transmitir as minhas intenções a Octávio, o chefe deste clã vampírico e partir.

A minha vida tinha dado uma volta que eu mal conseguia perceber. Havia tanta coisa diferente, tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo. Sempre que tentava pensar na minha vida e dar-lhe alguma lógica surgiam apenas mais e mais perguntas. Estava na altura de obter respostas.

Dirigi-me à sala de Octávio. Com a nostalgia de esta ser a ultima vez que aqui vinha, reparei em tudo com o desejo de guardar este local na minha mente para sempre.
Este local sombrio, onde nunca havia sol que não estivesse bem camuflado por densas nuvens. Era um local que para além de cheirar a morte e estar constantemente frio me proporcionara boas recordações. Todo este tempo fez-me aprender mais sobre toda esta guerra e sobre este nobre clã de vampiros, que excepto para os novatos, era um local à qual se podia realmente chamar de casa. Aqui havia amigos com quem podia contar para a vida. Um deles, o que mais me marcou, tinha sido o meu mestre, Raulian. Este não estava mais entre nós. Mas estaria para sempre na minha memória.
Também pelo facto de este ter partido, estava eu também decidido a abandonar este lugar. Queria voltar à terra e quem sabe reencontrar Cecília. Esta era agora uma longínqua lembrança.
Chegara finalmente à sala de Octávio, era a sala mais alegre de todas que haviam neste pequena aldeia. Tudo decorado como a sala de troféus de um caçador, que orgulhosamente demonstra o seu poder e respeito pelas várias vitimas da sua vida de guerreiro.
Entrei na sala e vejo Octávio sentado numa grande poltrona desenhando planos de construção de alguma nova arma de guerra.
- Então Pyros, finalmente alcanças o estatuto merecido. Eu sei que foi duro, mas conseguiste, deves ficar feliz com isso. Desejas algo de mim?
- Claramente ele não esperava ver-me nos seus aposentos no mesmo dia em que me torno um vampiro superior.
- Terminei o meu treino. Segundo as leis vampíricas, agora posso decidir o meu próprio destino. principalmente depois do acontecido a Raulian, desejo deixar o clã e voltar à Terra!
- Não deves aceitar mal o que aconteceu, as leis vampíricas existem por uma razão. Talvez no futuro tudo possa ser diferente. Quanto à Terra, porque queres voltar lá? Agora és um ser demasiado poderoso para ser desperdiçado com brincadeiras na Terra. Agora, deves ficar ao nosso lado. Deves ajudar-nos a devolver Seol aos vampiros. Isso é o correcto.
- Não. Estou decidido.
- Disse-lhe eu em voz firme!
- Bem sei que já provaste ser um vampiro e que tens o direito de seguir o teu caminho, mas gostava que continuasses connosco. Deverias ficar pelo menos mais umas semanas, até recuperares do último teste! Além de que, não é fácil ir à Terra. A Terra é um planeta superior. Podes sempre passar de lá para cá se tiveres conhecimento para tal, mas para fazer o contrário é mais difícil. Tens que ter quem te invoque do outro lado. Não conseguirás facilmente passar para lá. A não ser que saibas construir uma nave espacial, tal como os teus irmãos humanos tentam fazer há séculos.
O tom irónico com que Octávio disse isto, demonstrava bem o seu ar de superioridade perante raças como os humanos.
Eu não estava disposto a desistir tão facilmente da ideia de voltar para a minha terra, rever tudo o que estava distante à tanto tempo.
- Mas... Octávio. Eu já te vi na Terra. Tu podes dar-me o acesso que preciso.
- Ahh... realmente posso, mas as coisas não são assim tão fáceis. Alguém com o teu nível de poder, não pode passar muito tempo na Terra. Serias caçado por elementos da luz a toda a hora. A Terra foi em tempos um planeta disputado. Os elementos da luz conquistaram-na e ofereceram-na aos humanos. Mas ainda os protegem. Definitivamente não poderias ficar lá muito tempo.
- Quanto tempo teria a salvo lá? Teria tempo para rever a minha família e amigos? Saí de lá sem me despedir de ninguém. Neste tempo todo que aqui estive, estive sempre tão ocupado, tão distante. Tentei acreditar que a Terra estava parada no tempo à minha espera.
- Pois, mas vais notar que também lá as coisas continuaram, que a tua família e amigos continuaram com a sua vida. No máximo poderás estar a salvo uma semana. Depois disso terias que enfrentar alguns elementos menos poderosos, mas rapidamente irias chamar à atenção de guardiões mais fortes, podes até ser destruído. Não te posso ajudar. Fica cá mais um ano. Ou pelo menos meio ano. Depois talvez tenhas mais hipóteses.
- Cada vez mais irritado disse-lhe com voz ainda mais firme "Estou disposto a tudo para voltar à Terra!".
Fez-se silêncio na sala. Passado alguns minutos em que ambos olhávamos um para o outro tentando pensar em argumentos, Octávio cedeu.
- Se estás mesmo decidido. Vou tentar ajudar-te, mas só te posso ajudar a voltar à Terra com uma condição. Quando precisar de ti, seja para o que for, tens que me obedecer. Já ficou provado que és um vampiro honrado. Se me prometeres isto, estou disposto a ajudar-te.
- Infelizmente não tenho outra hipótese.
- Sabes, existem vários seres no universo, os pagãos que em nada acreditam, os elementos da luz que seguem os antigos deuses, os nossos aliados que seguem os seus próprios ideais, com os quais inevitavelmente teremos que lutar quando destruirmos todos os actuais inimigos e os elementos de mundos superiores, tal como os humanos, seres fracos, sem controlo de mana, normalmente protegidos por velhos e poderosos elementos da luz. Consequentemente existem também regras de poder entre os planetas. Quando um planeta está infectado de poder, tal como este, é sempre fácil viajar para cá vindo de um planeta com menos poder mágico. A própria magia chama-te. Por isso é fácil viajar da Terra para cá e de cá para outros planetas mais poderosos. Mas, aviso-te. Nunca tentes viajar para planetas mais poderosos que este. O nosso poder ainda não nos permitiu conquistar este planeta, como poderíamos nós sobreviver em planetas onde o poder é ainda maior!? Deves ter especial cuidado com esses planetas que foram conquistados por raças mais poderosas, sejam eles elementos de Seol ou da luz.
- Mas, então, se existem vários planetas, os vampiros conquistaram quantos?
- Somos uma raça com poucos milhares de anos. Sobrevivemos apenas porque somos aliados de raças demoníacas. Caso contrário, já teríamos sido extintos. Bem, esqueçamos isso, se estás decidido a ir à Terra, tudo bem. Vou ajudar-te. Mas leva a espada.
- A espada! Mas para que preciso eu de uma espada? Na Terra compro uma arma melhor.
- Estúpido. Se as armas da Terra fossem melhores, já te teria dado uma. Esta espada é um dos nossos maiores tesouros. Esta espada existe há milhares de anos, pertenceu a vários grandes guerreiros. É graças a ela que o nosso clã foi fundado. Estas nossas armas podem parecer arcaicas, velhas e de pouca qualidade, mas ao longo dos seus séculos de existência vários feiticeiros foram alterando as suas propriedades e tornando-as em armas mais e mais poderosas. Uma pistola nunca poderia fazer isto.
- Dizendo isto, atirou a espada contra um veado que estava preso no centro da sala. Certamente seria o jantar de alguém.
- Como sabes aqui não há humanos, e todas as raças inteligentes são poderosas. Então os vampiros alimentam-se de animais. Desde que fomos banidos da Terra, a nossa raça tem tido várias dificuldades em sobreviver. Não quero que morras e esta espada vai garantir isso.

- Qual não é o meu espanto quando a espada que se havia espetado no corpo do veado, começa a absorver o seu sangue. Tal como um vampiro.
- Tu tens uma grande falha, Pyros. Não consegues absorver a vida dos teus adversários e usá-la para te regenerares. Pois bem, isso é o que esta espada faz. Absorve a vida dos corpos em que toca, possibilitando ao seu dono usá-la quando for necessário para se regenerar. Vou contactar os meus servos na Terra. Irei preparar tudo para que possas ser invocado lá. Espero que regresses rápido. Precisamos de um guerreiro como tu.
- Por mais estranho que soasse, incluía Octávio num dos meus bons amigos feitos entre os membros do clã e na altura de me ir embora todos estes amigos vieram ter comigo para se despedir. Iria realmente sentir alguma saudade deles.
Era especialmente estranho constatar que tinha também amigas vampiro. Ouve uma que se tornou uma amiga especial, Cristina, ou “Cristina Sorriso Sereno” como era normalmente conhecida, um vampiro de puro sangue, que herdou o seu nome por ter um constante ar sorridente. Mesmo quando mata as suas vítimas, nunca se via demonstrar prazer ou pesar em matar, sempre o mesmo constante sorriso, esta característica aliada ao facto de esta ser extremamente poderosa e insensível provocava medo em todos os seres inferiores. Por outro lado, todos os seres que esta considerava ou, algum dia considerou, como iguais, conseguiam ver a sua bondade e justiça. Cristina havia-me ajudado bastante nos treinos com Raulian. Sempre que podia, lá estava ela, disposta a ajudar-me. Se ela não fosse um vampiro, diria que estava apaixonada por mim! Só de pensar naquela pele pálida, naquele corpo frio, naquela personalidade aterradora de serial killer. Era impossível pensar nela como mulher. Por isso sempre mantive a minha distância.

Depois deste tempo que não quero descrever detalhadamente uma vez que foram muitas as atrocidades presenciada, é finalmente chegado o dia em que poderei rever os humanos, comer comida de humano, rever os locais que costumava frequentar, rever os amigos... e… os meus pais... que nunca se haviam importado comigo. Será que sentiram a minha falta? E inevitavelmente o meu pensamento vai ao encontro de Cecília. Seria bom perceber porque me abandonou nas mãos de Octávio e nunca mais desejou estar comigo. Agora acredito que os seus jogos de sedução e a sua aura sedutora não mais me irão influenciar. Tenho que a reencontrar. Reencontrá-la para lhe pedir explicação. Para compreender porque me havia abandonado. Estava decidido a tomá-la como minha. A bem ou a mal…este seria o seu destino.

Finalmente tudo estava pronto. Octávio levou-me até ao local onde seria enviado para a Terra.
Vários vampiros reuniam o seu poder e entoavam cânticos em sintonia. Lentamente uma luz negra me envolveu. Conseguia ouvir vozes que claramente não vinham deste mundo. Caminhei na sua direcção. Num abrir e fechar de olhos, estava na Terra.
Podia sentir a falta de energia. Este realmente era um planeta sem grandes influências mágicas.
Estava no meio de um grupo de várias pessoas. Pareciam saídos de um grupo de adoradores de grupos satânicos. Eles eram os responsáveis por eu ter sido trazido de volta à Terra.
Reconheci os elementos que me atacaram no momento antes de conhecer Octávio. Os supostos amigos de Renato. Seriam todos eles servos de Octávio? Seria o próprio Renato um servo de Octávio? Qual o papel de Cecília em tudo isto? Seria também ela uma escrava de Octávio? Teria sido tudo um plano para me convencer a tornar-me um aliado seu? Os seus jogos de sedução, todas aquelas imagem de um mundo mágico fantástico com promessas de uma vida maravilhosa, quando na realidade havia vivido num mundo de dor, morte e destruição? Numa coisa Cecília tinha razão, ela sempre dissera que eu iria ser forte. Agora considerava-me forte. Capaz de conquistar o universo. Cada vez mais tinha a certeza. Cecília devia-me muitas explicações. Estou disposto a obtê-las, a bem ou a mal.
Neste momento senti uma energia, um ódio, um poder e desejo de destruição sem tamanho. Toda esta raiva vinha de dentro de mim. Ao estar de volta na terra algo dentro de mim me dizia que devia conquistar e destruir tudo à minha volta.
Aos poucos consegui recuperar a calma. Estava na Terra, estava de volta, não podia agir com a agressividade do mundo dos vampiros.
Novos pensamentos pairavam na minha mente. O que foi feito da universidade? Dos meus pais? De Rita?
...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Yu All - Blood Elf - Capitulo 4

(rewriten)
Adoptado por vampiros

Tinha sido cercado por um grupo de elementos que me atacaram sem procurarem explicações. Estes indivíduos foram facilmente derrubados, mas um novo elemento surge. Parece nem se importar com o facto de ver três dos seus companheiros mortos no chão.
Este ser é incrivelmente forte. Por mais que tentasse não consegui sequer tocar-lhe.
O mais estranho é que Octávio parece conhecer-me. Mas quem é ele? Amigo de Cecília?
Várias questões pairam na minha cabeça, mas não me atrevo a colocá-las.
Octávio menciona que estou pronto para “receber treino”. De que treino fala ele? E para que me deu uma espada? Ainda se fosse uma bazuca ou ao menos uma pistola…
Segui Octávio em silêncio.
À nossa frente um vórtice de luz negra abre-se. Entramos.
-Estás de volta ao mundo de Seol.
- Pensei para comigo “mas não era o mundo de AshWorld? Será este um outro mundo?" vim a perceber que cada clã, tribo e reinado dava a este mundo o nome que desejava. Não havia consenso.
- O teu amigo druida que invoca lobos deu-te, mesmo sem saber, o teu maior presente. Graças a ele és agora um membro do clã Vampírico. O maior e mais poderoso clã de Seol! Irás ficar a cargo do Raulian. Um vampiro de nível intermédio, mas com experiência suficiente para te iniciar.
- Desde esse dia fui treinado como se fosse um vampiro. Não era escravo de ninguém como Cecília me havia contado. Era como um familiar deste clã. Embora tenha compreendido que família pouco significava para os vampiros. Rapidamente compreendi que estes competem constantemente uns com os outros e evoluem só com a destruição dos seu superiores. Literalmente a lei do mais forte. Mas eu era especialmente odiado. Não tinha os poderes de um normal vampiro. Tinha apenas sido corrompido pelo mesmo que o ShadowWolf. Aparentemente o zombie que vi lutar não era nada mais, nada menos, que um vampiro mal tratado. Quando os vampiros não se alimentam começam lentamente a ser fisicamente destruídos. A sua vida depende de se alimentarem ou não de sangue das suas vítimas. Aqui, em Seol, não era fácil como na terra de encontrar alimento. Assim o seu corpo estava meio podre e começava a falhar, por isso me pareceu um zombie.
Durante o meu tempo de treino compreendi, que todos os vampiros menores são conhecidos não por um nome, mas por um código alfanumérico. Considera-se que não são dignos de serem sequer recordados. Afinal, cerca de noventa por cento dos vampiros são vampiros que surgem com a corrupção de outras raças, e cerca de setenta por cento destes não vivem mais que um ano. Todos os dias nasciam e morriam novos vampiros. Quem conseguiria recordar todos os seus nomes?
Para que um vampiro ascenda ao nível de poder utilizar um nome deve consumir um especifico inimigo de Seol, ou ser um vampiro filho de pai e mãe vampiro. O que era extremamente raro de acontecer. X31 era o vampiro que vi lutar com ShadowWolf. X31 era um génio. Não se esperava que perdesse a luta. Nem mesmo para um guerreiro tão poderoso como o ShadwWolf. Mas quando X31 se apercebeu que não podia ganhar, fez um tipo de ataque que nenhum outro vampiro havia alguma vez sido capaz de fazer. X31 usou todo o seu poder para se transferir para o corpo de ShadowWolf, o choque de poderes deveria garantir a morte de ShadowWolf, assegurando assim a vitória de X31 e consequentemente a morte de ambos. Para um vampiro, perder uma luta é a morte e se o nosso destino é a morte, que ao menos se morra pela vitória, pela destruição dos nossos inimigos. Ao contrário do que pensava, os vampiros são uma raça extremamente orgulhosa, honrada e não tão antiga e poderosa como gostavam de fazer parecer. Quando o ShadowWolf me tocou transferiu algum do seu poder para mim, consequentemente absorvi também algum do poder de X31. ShadowWolf aproveitou o facto do meu corpo ter recebido o sangue de elfo e estar numa fase de transformação para que fosse possível garantir que todo o seu poder não seria desperdiçado com a sua morte. Ao considerar-me digno de ser o herdeiro de seu poder, acabei sendo também o herdeiro do poder de X31. Aqui estava eu, a finalizar a fase de transformação do meu corpo não sendo mais humano, mas um híbrido entre mais três raças. Consequentemente, agora, todos os vampiros me consideram o herdeiro de X31. Desde que entrei para este clã que me apelidaram de Pyros.
Um nome que bastante me intrigou.
Ao que parece Pyros era o chefe de um clã há muito destruído, um clã de elementos do fogo. A habilidade, única, que X31 tinha para criar auras venenosas de cor vermelha que em muito se assemelhavam ao fogo desse clã, garantiram-me o nome Pyros. Que poderia apenas ser usado quando este destruísse ShadowWolf. Pois bem, ShadowWolf estava destruído. E eu era o Pyros! Não... Eu sou o Pyros.

Por mais que tentasse, por mais que Raulian me orientasse, eu não conseguia absorver o poder das minhas vítimas como um vampiro normal. Inicialmente pensou-se que tinha sido uma falha de Octávio trazer-me para o seio dos vampiros. Todos achavam que Octávio devir ter-me destruído e absorvido.
O meu corpo continuava a funcionar basicamente como o de um humano. Podia não consumir a energia vital de outros e mesmo assim manter-me com uma grande longevidade. Ao contrário dos vampiros que morreriam lentamente se não consumissem ninguém! Acabei por perceber que o meu poder é um misto do poder de invocar e controlar espíritos, com o poder de absorver os seres moribundos que estão perto de mim. As suas almas ficavam perto de mim. E podem ser trazidas ao mundo físico por momentos. Basicamente, lutar contra mim, era no momento, como lutar contra cinco guerreiros. Eu e as quatro almas que havia absorvido. Durante os treinos, havia também absorvido alguns animais. Mas as suas mentes eram demasiado confusas, não os conseguia controlar. Rapidamente tive que aprender a libertar as almas que não controlava.
Uma das desvantagens deste meu poder é que não controlava quem absorvia. Basicamente todos que estiverem perto no momento que liberto o poder vampírico, começam a perder as forças, até que eventualmente são absorvidos. Este poder tem ainda a desvantagem de que quando absorvo alguém não me regenero como os vampiros. Basicamente eu não me podia regenerar tal como os vampiros.
Com o tempo aprendi a usar o poder destas quatro almas, cada um deles age segundo a minha vontade, muito semelhante a novos braços. Braços que não podem ser derrotados fisicamente. Infelizmente estas almas também não se podem afastar muito de mim, ou ficam sem poder e desaparecem.

Não foi nada fácil sobreviver no meio dos vampiros. Mas eventualmente tornei-me no braço direito de Octávio. É engraçado verificar como as coisas funcionam no clã dos vampiros. Eu, um elemento de uma raça inferior, sou adoptado pelos vampiros, ensinado por estes. E consigo até ultrapassar o poder dos vampiros de puro sangue.
Este um ano e dois meses não foram fáceis, mas o mais difícil foi o teste que me levou a tornar-me num vampiro superior. Nunca irei esquecer esse dia.
...

sábado, 19 de dezembro de 2009

Yu All - Blood Elf - Capitulo 3


(rewriten)
Algo está mal

Mal tinha entrado num novo mundo e estava de volta.
Mas havia mudado. Algo em mim me dizia que estava diferente.
Estava de volta ao campo na noite em que revi a Cecília, quando aparece a Rita e começa a brigar comigo. “O que estas aqui a fazer com essa mulher?” dizia ela vezes sem conta.
E novamente vejo um homem lentamente aproximar-se. Este pega numa faca e diz para lhe darmos tudo o que possuímos.
A Rita começa a correr, a gritar: “ajudem-me”. Nem se importou comigo a estúpida.
O Homem agarra-me encostando a faca ao meu pescoço.
Felizmente desta vez a Rita conseguiu fugir.
Ao olhar para aquele homem só consegui pensar naquele zombie. Desta vez não vais levar a melhor. Pensei para mim.
Não sei bem como, mas agarrei a sua mão e senti uma estranha sensação de poder. Comecei a sentir o seu braço a ser esmagado pela minha força. Não! Não só esmagado, também sentia a sua energia, o seu espírito ser absorvido. Não me importei. Deixei-me tomar pela raiva e antes que desse conta o homem tinha sido completamente sugado. Parecia uma múmia ali pendurado pelo braço.
Aterrorizado, comecei a tentar perceber o que se passava.
Decidi sair dali. Como iria explicar o que se passou? Não podia.
Teria matado aquele homem?

No dia seguinte parecia ter voltado tudo ao normal. Era como se aquele dia não tivesse existido.
Aquele dia parecia ter sido só um sonho. Um sonho que terminou quando encontrei a Rita. Estava fula. Começou a discutir comigo à frente de todos. Dizia que era um fraco e nem a protegi. E que para além de tudo me havia encontrado com outra.
Acabou tudo comigo, ali em frente a toda a turma.
Não me fiz de fraco. Nem lhe liguei.
Na primeira aula, sentamos-nos pela primeira vez longe um do outro. Ambos estávamos no mesmo ano de medicina veterinária. Tínhamos começado a namorar no início do primeiro ano de universidade.
Na aula não conseguia estar atento. Tudo estava diferente. Eram muitas mudanças para um tão curto espaço de tempo. Ao mesmo tempo parecia estar completamente consciente de tudo o que se passava à minha volta. Incluindo a matéria que estava a ser dada na aula. Cada pergunta do professor eu sabia a resposta. E efectivamente estava a responder em voz alta às suas questões. Até então não era normal eu participar nas aulas! Também, diga-se que embora normalmente soubesse a resposta, raramente estava suficientemente atento para saber qual era a questão.
Não sabia o que se estava a passar. Quase não conseguia distinguir realidade de ficção. Tudo me parecia irreal. A única coisa que me segurava à realidade era o desejo de reencontrar Cecília. Estava a começar a ficar apaixonado por ela.

Desde o dia em que Rita acabou comigo tudo foi diferente. Lentamente a ideia de que tudo era um sonho foi desaparecendo. A noção de realidade voltou acompanhada de uma nova vida. Estava mais energético. Qualquer desporto era fácil para mim. Eu uma fracote, um pacifista, estava agora a ter aulas de artes marciais. Estava a tornar-me o melhor da turma em todas as actividades da Universidade. Estava completamente diferente.
Era notório que aquele não era eu.
Com todos os aspectos positivos vieram também os negativos. Estava a ficar agressivo. Tinha energia a mais. Durante a noite não conseguia dormir, tinha pesadelos. Sonhava sempre com o homem que me tentara assaltar. E o que era feito dele?! Decidi procurar nas notícias.
Procurei nas internet e nos jornais e nada! Não se falava de nenhum corpo encontrado por ali. Seria possível ninguém o ter visto. Havia passado mais de duas semanas. Voltei ao local e não havia vestígios de nenhum morto ou de qualquer luta.
Neste momento a minha vida já não parecia a minha vida. Aos poucos, com o passar dos dias a minha vida me parecia cada vez mais distante do que eu desejava. Eu próprio já não me reconhecia. Atingi o máximo quando a Rita veio ter comigo implorando-me para voltar para si. Fui arrogante, agressivo. Quase me vi bater-lhe. Estava cheio de ódio. O que se passava comigo?
Nessa mesma noite, exausto, desejei rever a Cecília. Chamei por ela. Imaginei que ela ali estava.
Subitamente uma luz esverdeada surgiu no centro do meu quarto e Cecília apareceu.
- Como é possível estares aqui?
- Perguntou ela. Eu é que poderia estar surpreso por aquilo realmente ter resultado. A verdade é que resultou. Ali estava ela diante de mim, mais bela do que nunca.
Claramente eu estava apaixonado por ela! Era fantástica a sua beleza, a sua leveza o seu rosto...
- Tu deverias estar com o ShadowWolf. Como voltaste? E… como é possível. A tua aura. O que se passou?
Perguntou Cecília interrompendo a minha contemplação da sua formosura.
Expliquei-lhe tudo o que se havia passado. O difícil estava a ser para mim esta nova vida.
Enquanto lhe contava tudo o que havia acontecido comigo, não conseguia desviar o meu olhar do seu sorriso, dos seus lábios que desejava beijar.
Mais que nunca, ela estava lindíssima. Até hoje, cada dia que a vejo ela me parece mais gira que a ultima vez.
Neste dia ela estava com uma aparência mais humana. Vestia uns jeans e um top. Estava simplesmente deslumbrante.
Agora, com a sua presença, consegui perceber que já há varias semanas que não conseguia relaxar. Estando perto dela, sentia-me cada vez mais calmo. Era fantástica a sua influência em mim.
- Tenho tentado encontrá-los, mas tanto tu como o ShadowWolf têm estado impossíveis de contactar. Não consegui sentir que tinham morrido. Mas também não os conseguia encontrar. Agora percebo porquê. Estás aqui na terra!
- Seria possível que ela realmente conseguisse perceber se tivéssemos morrido? E o que se passava? Não era do seu desejo que eu estivesse tal como estava e onde estava?
Cecília prosseguiu.
- Não consigo perceber como, mas a tua aura já não é mais a de um elfo. Deverias ter absorvido o poder do seu sangue e transformar-te num meio termo entre humano e elfo. Ou algo do género…em teoria isto é o que devia ter acontecido ...mas, pelos vistos, seja o que for que o ShadowWolf te fez mudou completamente o resultado. Estou metida em sarilhos…

- Ela é que está metida em sarilhos? Pensava para mim! Afinal o que se estava a passar? Enquanto ela tentava perceber o que fazer para me ajudar. Pelo que consegui perceber a minha aura estava misturada com a dos elementos do clã espírita a que o ShadowWolf pertencia e com a alma de um elemento de império de Seol, mais própriamente, um vampiro.
Sorri. “Um vampiro!?” Novamente isto me parecia irreal.
- Agora não te posso levar de volta. Tentarei regressar o mais rapidamente possível. Dentro de umas semanas deverás estar melhor. O teu corpo ainda está a habituar-se a essas várias infusões de poder. Com o teu nível de poder estarás a salvo na terra. Mas não compreendo o porquê de o ShadowWolf te ter dado parte do seu poder. Nem como tens esse poder negro de vampiro.
- Das mãos de Cecília começaram a sair raios de luz que vinham na minha direcção. Pareciam choques eléctricos. Mas não sentia dor.
- O teu poder vai estabilizar. Tenta manter-te estável. Deverás manter-te calmo e não usar as influências do poder negro.
Dizendo isto, desapareceu.
Como em cada contacto que tínhamos, fiquei vários dias a pensar naquele rosto. Naquela aura. Naquele corpo. Todos os dias desejava estar com ela. Mas por mais que o desejasse, ela não aparecia para mim.
Ao fim de uma semana sentia-me completamente normal, nada de fúria dentro de mim.
Continuava a estar mais alerta, a demonstrar mais a minha inteligência e aptidão para tudo o que tentava fazer. A pouco e pouco estava a chamar à atenção de pessoas que até então nem tinham notado a minha existência.

Pouco mais de um mês desde que entrara nesta vida, surgiram-me um grupo de rapazes. Diziam ser membros de um gang e amigos do Renato, o homem que eu havia matado. Seria Renato o nome do homem que havia enfrentado semanas antes no campo perto da Universidade?
Não me deram tempo de explicar. Tentaram derrubar-me. Coitados. Não sabiam do que eu era capaz.
Na realidade eu também não sabia. As minhas aulas de artes marciais pareciam ser suficientes para os derrubar. Podia ver claramente cada um dos seus ataques e defender-me como desejasse.
Rapidamente dei por mim a entrar num estado de fúria que não controlava. Cada murro que me davam, nem me importava em desviar-me. Eram insignificantes. Cada ataque que eu fazia sentia os seus corpos serem despedaçados. Ao mesmo tempo. Notei que dois deles haviam sido derrubados e a sua energia estava a ser absorvida por mim. Os seus corpos pareciam cada vez mais umas múmias. Tal como acontecera com Renato. Agarrei um dos meus atacantes, enquanto os outros fugiam. Rapidamente a minha mão esquerda o segurou pelo pescoço, esmagando-o.
Cada vez me sentia mais forte. Mais agressivo.
Subitamente alguém surge por trás de mim.
Tentei atacá-lo. Mas este era diferente. Este conseguia defender-se. E cada ataque seu realmente me provocava dor. Ao fim de três ou quatro murros seus, eu já estava derrubado. Não conseguia resistir.
- Pára.
- Disse este homem que me derrubara, apontando-e o dedo como se me desse uma ordem à qual não deveria resistir.
Era um homem alto e magro. Não tinha aparência de ser forte. Mas na realidade havia-me derrotado e nem parecia ter-se esforçado.
- O meu nome é Octávio. É uma honra para mim conhecer-te.
- Não sabia distinguir se este falava a sério ou se me estava a gozar.
- Finalmente o teu corpo está pronto para receber treino. Toma, um presente.
- Diz Octávio atirando-me uma espada para as mãos.
- Segue-me, vou contar-te tudo!
...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Yu All - Blood Elf - Capitulo 2



(rewriten)
A mudança

Cecília havia-me dito que me estava a observar há muito tempo.

"Tudo o que vês e ouves neste momento é quase que irrelevante. O que importa é que tudo isto estará ao teu domínio se assim o desejares." Estas foram as suas palavras.
O que ela poderia querer dizer com isto?

Tentei esquecer o que se havia passado. Nem estava certo se aquilo havia sido real. Como podia ser!? Algo tão mágico acontecer-me a mim... o simples João!
Cheguei a casa e esta estava deserta. Como sempre. Os meus pais podiam até estar fora do país que eu nem saberia. Podiam estar vários dias fora que eu nem saberia onde os procurar ou como os contactar.
Devia ter os piores pais que existem na face da terra! O que vale é que tinha cartão multibanco que me possibilitava ter tudo o que precisasse sem preocupações e sem dar satisfações a ninguém. Até porque aparentemente ninguém se importava em saber onde gastava o dinheiro...
Nessa noite voltei a sonhar com Cecília. No sonho ela me mostrava um mundo diferente. Um mundo de magia, anjos e demónios. Um mundo onde eu pertencia. E dizia-me que eu devia tomar uma decisão. Eu devia decidir se queria ir para aquele mundo.
Os dias passavam-se e o sonho repetia-se.
Estava a ficar realmente preocupado comigo. Estaria a enlouquecer?
Nestes dias seguintes comecei a faltar ás aulas, decidi procurar aquela mulher.
Foi apenas tempo perdido.
No entanto, tirando os sonhos, tudo à minha volta parecia normal. Ninguém havia reparado que andava a faltar ás aulas. Nem a Rita tinha vindo implicar comigo. Os dias passavam num estranho vórtice de realidade e ficção.
Precisava tomar uma decisão. Percebi que precisava responde a Cecília. Devia decidir se queria viver neste outro mundo e três factores me levaram a tomar a decisão que precisava. Uma decisão que mudaria para sempre a minha vida.
O primeiro factor foi o facto de ter a noção que Cecília realmente precisava de mim. Agora percebo este sentimento. Percebo também que Cecília não era mais do que todas aquelas mulheres giras que nos entrevistam quando vamos procurara emprego a grandes empresas. É tudo uma questão de marketing. Na realidade a sua beleza e doçura influenciaram muito a minha decisão, só por isto quase poderia dizer que nunca tive escolha, a minha decisão já havia sido decidida antes de eu saber. Naquela altura fazia tudo para reencontrar aquela mulher que todas as noites entrava nos meus sonhos e me dava detalhes de um novo mundo e uma nova vida.

Quando Cecília me levava a este novo mundo. Tudo me parecia um misto de sonho e realidade. Ainda hoje, passado vários anos não percebo o que se passou. Cecília deu-me a possibilidade de ver "AshWorld". Era como ela intitulava este mundo.
Viajei por ele algumas horas por dia, enquanto Cecília me explicava a origem de todas as lendas do nosso próprio mundo. Supostamente neste mundo "AshWorld" não deveriam existir humanos, tal como no nosso não deveriam existir seres de origem mágica. A verdade é que nem sempre tinha sido assim. Em tempos também no nosso mundo viviam livremente vários seres mágicos. Eu queria saber tudo, mas Cecília não queria dar-me já todas as respostas.
Basicamente o que se passava era que desde sempre havia uma grande guerra entre os seres mágicos. De um lado as tradicionais forças do bem. Intitulados de império de "Gaia" supostos defensores dos antigos deuses que criaram todos os outros seres, incluindo os próprios humanos. Cecília explicou-me que se me juntasse a eles iria viver cerca de meia centena de anos a compreender os seus costumes e crenças e se fosse merecedor passaria mais meia centena de anos a treinar numa das várias classes de guerreiro que compõem este império. Só mais tarde, dependendo do meu desempenho, seria capaz de voltar à terra, ou seguir qualquer outro ideal que desejasse. Estava a ser recrutado como guerreiro para uma antiga guerra.
Fiquei com a ideia de que depois de passar tanto tempo a treinar e ainda ter tempo para seguir o meu caminho, teria uma longevidade de vida bem maior que a actual, cheguei mesmo a pensar que talvez pudesse ser imortal. Uma ideia que em nada me agradava era passar um século longe de tudo e todos, esta escolha significava abandonar tudo o que conhecia e possuía actualmente.
Mas esta não era a minha única opção.
Do outro lado da guerra, o tradicional império do mal, o lado onde reina a desordem e a lei do mais forte. Na realidade isto não é bem verdade. Aqui existem também bastantes regras e, na realidade os guerreiros mais poderosos encontram-se aqui, explicava Cecília. Mas aqui, poucos sobrevivem. Se te juntares a este império, certamente passarás vários anos a viver como escravo de algum general, até que finalmente consigas mostrar o teu verdadeiro poder. Este é o império de "Seol", adoradores de Deuses maléficos e de origens demoníacas. A grande diferença entre os impérios tem a ver com a protecção, ou não protecção, dos mais fracos. Aqui ninguém me iria proteger. Acredita-se que este é o verdadeiro caminho para se alcançar a força suprema rapidamente. Este é um império de impérios, governados por guerras e conflitos internos.
Todas estas explicações de bem e mal. Todo este novo mundo me parecia uma parvoíce. Eu nem sequer era religioso. Ia lá lutar por deuses e demónios. Inicialmente não me agradou nada a ideia de viver num mundo de ficção cheio de guerras.

Olhando hoje para todas estas histórias que Cecília me contou, compreendo que ela pretendia influenciar-me, pois as coisas não são bem como ela me explicou. Em todo o caso devo continuando com a história, tal como ocorreu...

Aos poucos fui ganhando controlo destas viagens a AshWorld e podia também intervir. Aos poucos estas viagens não eram mais como um filme que me era mostrado, mas sim como um diálogo repleto de imagens, sons, cheiros... sensações totalmente diferentes da realidade que conhecia! Logo que possível reuni um conjunto de questões que queria fazer a Cecília. Aos poucos consegui controlar os meus sonhos e entrar neles como se estivesse acordado.
A primeira questão que fiz a Cecília foi:
- Então e a parte que não é controlada por nenhum império? Não existem rebeldes? Todos seguem esses ideias do bem e do mal, ou existem pessoas que lutam por si e pelos seus sem se importar com esses deuses?
Cecília sorriu. Percebo agora que era aqui que ela pretendia que eu chegasse.
- Existem áreas neutras que não foram ainda controladas por nenhum império, tanto neste mundo que te mostro, como em outros que virás a conhecer. Nestas áreas governadas por raças menos antigas e poderosas vivem os seres originais do planeta e algumas outras raças que se foram afastando do seu império de origem. É ai que se tem uma vida mais parecida com a terra. Aqui cada um vive por si e pelos seus. Não existe união a nenhum grande Deus que nos diz o que seguir ou o que pensar. Agora, finalmente estás pronto. Se assim o desejares, em 24h estarás aqui, poderás ter o poder destes seres.

Esta foi a segunda razão que me levou a escolher este caminho, "o poder". Todo aquele mundo! Um mundo de magia, tal como nos vídeo jogos! Era um mundo fantástico e atraente.
De repente senti-me voltar para o local onde tudo começou. Estávamos naquele campo, perto da rua que dava para a universidade, onde pela primeira vez entrei neste mundo de fantasia.
Da rua ouvi a Rita. Estava a fazer um escândalo por estar ali com outra mulher.
Estava de volta ao local onde vi Cecília pela segunda vez.
Tentei acalmar a Rita e perceber o que se passava mas, por mais que tentasse, ela parecia não me querer ouvir.
Ficamos ali algum tempo a discutir.
Não percebo como estava de volta. Ainda para mais tinha que aturar a Rita que fazia de tudo para expulsar Cecília.
Teríamos ficado ali toda a noite se não tivéssemos sido interrompidos por um homem de aspecto intimidador. Ao aproximar-se o homem pega numa faca e demonstra querer assaltar-nos.
Tentei tomar a atitude de homem e enfrenta-lo, proteger a Rita e a Cecília, mas a Cecília já ali não estava, havia desaparecido.
A minha atitude de homem não valeu de muito, não me senti confiante o suficiente para o enfrentar por muito tempo. Acabamos por ficar sem tudo o que tínhamos de valor. Raios! O que podia eu fazer contra aquele gigante, ainda para mais com uma faca na mão...!
A Rita tentou fugir. É claro que acabou por nos colocar numa situação ainda pior. Na tentativa de a proteger acabei por levar uma carga de porrada.
Finalmente, depois de se certificar que não possuíamos mais nada de valor, o Homem acabou por se ir embora, levando consigo os poucos valores que tínhamos. Se eu fosse mais forte…podia ter feito algo.
Este foi o terceiro pensamento que me influenciou a tomar a minha decisão. Este pensamento não me saiu da mente até reencontrar Cecília. Decididamente eu queria ser mais forte.

No dia seguinte Cecília esperava por mim à saída da universidade. Desta vez havia saído da universidade por uma porta das traseiras, um caminho não muito usual, não desejava ser assaltado novamente nem seque ver a Rita. E lá estava ela, a Cecília, como se soubesse onde me encontrar.
- Então, tens uma resposta para mim?
Perguntou-me ela.
- Definitivamente estou disposto a ajudar-te, quero aceitar. Quero saber mais sobre tudo o que me mostraste a noite passada.
- Deves ter em conta que o lado de Seol e de Gaia, o mal e o bem, nada tem a ver com Deus, Inferno ou morte. Essas crenças humanas estão ainda um pouco longe da realidade. Se bem que mesmo em AshWorld encontrarás muitos que acreditam no contrário. Se definitivamente estás decidido. Vou levar-te para este mundo, onde aprenderás a evoluir o teu poder. A que facção te pretendes juntar?
Eu não queria ser escravo de ninguém. Nem queria estar um século até ter alguma acção. Não posso ficar pelo meio termo? Perguntei? Novamente sorrindo, como se soubesse o que eu desejava, Cecília responde.
- Claro. Eu Sou um membro do clã do dragão, um guerreiro que não pertence a nenhum dos impérios.
Sabia que também irias escolher este caminho.
Não sei o que aconteceria se tivesse escolhido um outro caminho, mas parece que ela já tinha tudo planeado.
Cecília continuou.
- Se precisares de mim estarei por perto. Parto do principio que tens tudo pronto. Vou deixar-te ao cargo de um bom amigo meu. ShadowWolf é o seu nome. Um poderoso mestre que te guiará neste novo mundo. Certamente será bom para ti, mas antes toma isto.
E dizendo isto, injecta-me uma seringa com algo vermelho, quase preto.
- O que é isto?
- É sangue de elfo. O sangue desta antiga raça permite ao teu corpo evoluir o suficiente para que consigas criar e utilizar mana. A tua energia vital a partir deste momento.
Num piscar de olhos, dou por mim no meio de uma floresta. Sozinho.
“Como vim aqui parar? Para onde vou? O que faço?” pensava eu.
Isto era de loucos. Tudo estava a acontecer tão rapidamente. As vezes nem sabia se estava a viver algo real ou a sonhar.
Notava que estava em AshWorld, tudo ligeiramente diferente. Estava em AshWorld, mas agora não parecia um sonho. Agora estava mesmo lá.
- Que má altura para chegares.
Grita um velho corcunda. Ao mesmo tempo que abana um cajado invocando espíritos de lobos que saltam para atacar um zombie meio podre, já com uma perna meia comida. Nitidamente aquilo era um tradicional zombie que costumava ver nos filmes se bem que aqui era bem forte e ágil.
Depois de invocar alguns lobos, que mais pareciam fantasmas de lobos. O velho transforma-se ele próprio numa espécie de lobo. Mas era mais que isso, era um ser maior, mais forte.
Isto é a ultima coisa de que me lembro, depois de ter levado um murro daquele estúpido zombie.
Acordo mais tarde. O zombie está despedaçado no chão e o velho quase morto diz:
- Sou o shadowWolf e tu aqui não te safas. Ainda és fraco demais. Estou infectado e fraco, não posso cuidar de ti.
- Estavas a lutar contra um morto vivo?
- Hahaha! Não. Apenas uma forma de vida diferente. Uma forma de vida que antes estava completamente vivo e agora está completamente morto. Nada pode estar no meio vivo ou morto e vivo! Por mais que eles próprios achem que são mortos vivos, essa não é a realidade. Por isso é que não vale a pena juntares-te aos impérios. Ambos acreditam nos seus deuses. Deuses que lhes deveriam dar poder para estarem entre a vida e a morte, mas na realidade ninguém sabe o que se encontra para além da morte. Cá para mim é indiferente em que Deus acreditas. Por isso, segue o teu caminho sem ajudas desses tolos.
Dizendo isto, encostou a sua mão ao meu rosto. Senti uma nova energia a entrar em mim.
- Almas incompletas é tudo o que te posso oferecer neste momento. Isso… e uma vida longe daqui.
Dizendo isto, estava de volta ao campo na noite em que revi a Cecília.
Na minha mente estava o pensamento. O que ele queria dizer com oferecer-me "almas incompletas"? E, "como vim aqui parar novamente?"
O meu pensamento é quebrado pela Rita que aparece de repente a gritar. “O que estas aqui a fazer com essa mulher?”. Ali estava eu, perto da universidade, no local onde pela primeira vez conversei com Cecília.
“Déjà vu” pensava eu, incrédulo.
E novamente vejo um homem lentamente aproximar-se.
Eu conheço-te, pensava para mim. Mas algo em mim estava diferente. Principalmente desde que o ShadowWolf tinha colocado a sua mão em mim.
Este foi o momento que realmente mudou a minha vida...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Yu All - Blood Elf - Capitulo 1

(rewriten)
A escolha

13 de Setembro de 2001. Uma Quinta-feira que se revelaria pouco normal.

João tinha acabado de fazer 19 anos. Um recente universitário que vivia numa pequena e pacata cidade do norte de Portugal.
João era um rapaz normal que não se destacava em nada perante os seus amigos e conhecidos. Vindo de uma família de classe média baixa, demonstrava na escola uma inteligência também mediana. Um rapaz de sorriso tímido e estatura franzina. Chamava apenas à atenção dos seus colegas por namorar com uma das raparigas mais populares da Universidade.
Até então, João não tinha tido grande sucesso com as meninas, mas sem saber como, estava actualmente envolvido num invejoso relacionamento amoroso.
Uma das suas recentes amigas de universidade tinha "embirrado que ele seria o seu namorado, só podia ser isso", pensava João. "Porque haveria a mulher mais gira da Universidade querer namorar com ele!?"
O seu nome era Rita, uma das raparigas mais atraentes, inteligentes e desejadas da Universidade. Esta mulher proporcionava a João um relacionamento conflituoso, que havia atraído sobre João um conjunto de admiração, raiva e inveja.
Independentemente da recente negativa atenção dos seus colegas e dos constantes conflitos com a sua namorada no final do dia João considerava-se um rapaz feliz.

"João" este é o nome pela qual já fui conhecido. Este não é mais o meu nome. Em todo o caso, tenho que começar por aqui a minha história, contando-te os dias em que a minha vida se alterou para sempre.

Tudo começou num dia de sol, quando estava já farto da aula de economia. Era perto de meio dia, hora a que tinha combinado com Rita irmos almoçar. A barriga já chamava e nada da Rita aparecer. Tínhamos o habito de almoçar juntos, o que era péssimo para mim, uma vez que ela andava constantemente atrasada.
Farto de esperar decidi ir sozinho para a cantina. Certamente ela saberia onde me encontrar. "Onde raio é que se meteu aquela miúda!?" Pensava para comigo enquanto caminhava olhando para os lados tentando ver se a encontrava pelo caminho. Nestes últimos dias parece que me tinha tornado mais conhecido. Reparava constantemente em grupos de pessoas que olhavam para mim e pareciam observar-me.
Tentando ignorar estes olhares, dirigi-me, tal como sempre, para a cantina. Ao chegar ao pé da entrada, qual o meu espanto quando reparei numa lindíssima mulher. Também, quem não iria reparar? O seu cabelo ruivo e corpo perfeito tornavam-na impossível de não notar. Não queria dar nas vistas, nem parecer rebarbado, ainda para mais eu namorava! Além de tudo considerava-me fiel, mas... esta mulher, era absolutamente deslumbrante, tinha algo de diferente, algo que como nunca tinha visto. Não conseguindo resistir a ficar paralisado a apreciar a sua beleza. Sentei-me num local onde podia ver a chegada da Rita e ao mesmo tempo ver a minha nova inspiração. A dada altura, notei que ela também reparava em mim. Quando a vi sorrir na minha direcção..."Ahhh..." é a única coisa que me passou pela mente, bloqueei completamente. O meu coração disparou, o suor escorreu-me pelo corpo... Não soube decidir se deveria sorrir de volta ou sair dali. Continuo sem saber a resposta. Que deveria eu ter feito?
Acabei por ficar ali, paralisado enquanto a vi afastar-se.

O momento é interrompido pela chegada da Rita. "Então... que fazes aqui especado? Está na hora de irmos almoçar! Bora..." dizendo isto puxa-me pelo braço na tentativa de me apressar a irmos para a cantina.
O resto do dia correu normalmente, com a excepção do pensamento constante naquele momento. Claro que aquela mulher era lindíssima, mas nunca me havia sentido assim paralisado.
Hehehe...é verdade, nunca tive muito jeito para as mulheres, mas paralisar assim...! Não conseguia deixar de pensar que tinha sido estúpido, agido como um miúdo. "Mas, esta tinha sido uma experiência completamente surreal. O que se havia passado?" passei o dia a questionar-me sobre isto.
Embora o momento esteja comigo até hoje, não voltei a pensar muito no assunto até rever aquela mulher uma semana depois. Foi aí que, quando voltava para casa, depois de um dia de aulas me dirigia para casa e meio a medo de passar numa rua onde haviam acontecidos vários assaltos, reparei num vulto no meio de um campo. Não consegui resistir a aproximar-me, claro, nessa altura era apenas um humano...
Na altura não sabia quem era a pessoa, mas algo me atraía. Ainda meio a medo fui aproximando-me. "Afinal de contas um homem não tem medo de nada" pensava eu para mim.
O vulto, que por mais próximo que estivesse não conseguia saber quem, ou o que era, solta numa voz de mulher.
"Que bom poder finalmente falar contigo." Disse-me ela.
Não pude deixar de sentir que era ela. A mulher que me atormentara os pensamentos uma semana antes. Senti-me sendo levado para longe. Para fora do meu corpo. Via um novo mundo. Um mundo que não compreendia. Imagens voavam pela minha mente...
- Cecília, é o meu nome.
Era ela, mais bela do que nunca! No entanto, diferente. Não mais me parecia uma mulher. Parecia uma deusa. Um ser diferente. Sentia que perto de si eu era nada, insignificante! Dela podia sentir uma aura, uma energia inexplicável, algo de mágico. Algo que não sabia explicar ou compreender completamente.
A minha cabeça rodava, o meu corpo vibrava, estava confuso! Estava feliz, empolgado,...apaixonado...

- Estou a observar-te há muito tempo João. De todos, tu serás o que terá mais hipóteses. Tudo o que vês e ouves neste momento é quase que irrelevante. O que importa é que tudo isto estará ao teu domínio, se assim o desejares. Eu preciso de ti. Em alguns dias vou procurar-te e terás que decidir. "Ou vives a tua vida como até hoje. Ou agarras tudo e o tomas como teu."

Esta surreal experiência parecia um sonho.
"O que se passou?" tentei dizer a Cecília enquanto sentia os meus sentidos voltarem a ser só meus. Consegui finalmente controlar-me. Olho em volta e estou de voltar àquela rua escura, mas, estava só. Já ali não estava a Cecília, apenas eu...
Não percebi o que se passou. Estava confuso. Parecia ter sido levado para fora do meu corpo. Vi algo como um novo mundo. Vi aquela mulher, que não era uma normal mulher. O que se havia passado?! Não consegui compreender. Achei que estava a ficar maluco.
Aquele momento ficou-me na mente durante pelo menos umas 24h! A sua imagem, o seu cheiro, a sua presença...
Bem, não foi só isso... Mas isso requer mais tempo do que disponho agora para vos contar...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Anime é:



Basicamente o melhor cinema existente até á actualidade.
Considerando os anime como "desenhos animados", pode facilmente compreender-se que aqui podemos ter todos os efeitos especiais sem serem precisos milhões de euros gastos. Logo, também não havendo objectivos secundários de fazer passar uma imagem que eventualmente acaba por estragar a história original. Nos "desenhos animados" podemos ter um simples e bom sonhador a transmitir-nos fantásticas histórias no seu máximo esplendor. Aqui, ao contrario do cinema, podemos ler o livro, gostar, ver a série e ficar espantado pela melhoria, contrariando a tendência ocidental, em que a história perde sempre qualidade quando passa do livro para conteúdos mais interactivos.

Pensando bem, não acho sequer correcto chamar os anime de "desenhos animados". Pelo menos não ás grandes obras primas como Naruto, Hellsing, Avatar (mesmo não sendo Japonês), Claymore, Kenichi, Samuray-x, Code geas.
Nos episódios e Ovas de anime, algo de mais profundo está presente. Algo bastante mais difícil de encontrar em "desenhos animados" que não saíram daquelas cabeças asiáticas.
É toda uma realidade perfeitamente justificada e incrivelmente realista, vista pelos olhos da perfeição. Segundo a realidade que cada um de nós decida viver, encontrará certamente um anime com a qual se identifique. Será neste anime que encontrará as diferenças entre este "cinema" e o resto. Nos anime não se encontra as mensagens normalmente transmitidas pelos filmes e desenhos animados Ocidentais e Americanos, mas sim, mensagens de evolução, força, coragem e sinceridade repletos de realismo e drama característico da época e situação que se procura transmitir...

(Agora, pergunto-me eu, se os japas nascem cercados por mensagens como estas (evolução, força, coragem e sinceridade, contra todas as realidades e dificuldades que possam surgir pela vida), que efeito secundário trará isto ao mundo? Sendo este uma ideia para um outro tópico, acredito que na altura que os asiáticos deixem de lado as suas sociedades fechadas, estes estarão prontos a dominar o mundo em muitas das suas vertentes...)

Posso afirmar, que ainda está para vir o dia em que um bom filme conseguirá ser tão bom como um bom anime.
É claro que não espero que as pessoas de outra geração compreendam que "desenhos animados" possam ser melhor que ver os actores num aspecto mais real. Mas se virmos bem, cada vez mais o que se vê na Tv. e cinema pouco tem a ver com a realidade do nosso dia-à-dia. Pelo menos a emoção transmitida é até à actualidade muito superior nos anime! Logo, ver anime, é certamente mais agradável e produtivo que ver... por exemplo… uhhh... morangos com açúcar... ; )

(rewriten)