quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Quem dá o pão dá a razão!!!

Armanda Zenhas| 2010-02-10

As crianças que crescem em famílias democráticas são as que encontram condições mais favoráveis a um desenvolvimento emocional e comportamental saudável.
Há décadas atrás, poder-se-ia responder à pergunta "Quem manda lá em casa?" com o provérbio "Quem dá o pão, dá o pau." Achava-se então que umas valentes palmadas ou até o cinto eram indispensáveis para haver disciplina. Hoje em dia os castigos corporais são muito criticados e até condenados. No entanto a questão mantém-se pertinente: "Quem manda lá em casa?".

É comum ouvir-se dizer que hoje as crianças e os jovens não obedecem a ninguém e não têm regras. Se assim é, estaremos no pólo oposto ao tempo do "pão" e do "pau", em que eles não tinham voz e tinham que obedecer cegamente. O que acontece é que há diversas formas de educar e nem todas as famílias são iguais. Poderemos distinguir basicamente três estilos de educação pelos pais, tendo em conta a relação educativa, a comunicação, o afecto e o controlo. Cada estilo acarreta diferentes consequências para o desenvolvimento dos filhos.

Estilo autoritário
Os pais impõem as regras de forma rígida e não negociada e exigem uma obediência total. Se os filhos não obedecem, são punidos, podendo os castigos ser físicos. São frequentes as ameaças (Ex.: Se não arrumas o quarto depressa, tiro-te... apanhas...não tens festa de anos.") e afirmações depreciativas (Ex.: "És teimoso como uma porta.", "Não prestas mesmo para nada, nem isto sabes fazer direito."). A comunicação é deficitária, pois as crianças e os jovens sentem-se intimidados face aos pais, não os considerando acessíveis para com eles trocarem ideias, esclarecerem dúvidas ou manifestarem preocupações. Na verdade, os pais agem de acordo com as suas próprias necessidades e não tendo em conta as dos filhos, usando de violência e arbitrariedade.

Estilo permissivo
Nestas famílias não há regras, embora possam existir relações afectivas positivas. Nestes casos os pais são "amigos" e consentem praticamente tudo. Muitos pensam conquistar desta forma o afecto dos filhos, outros fá-lo-ão porque o tempo em conjunto é tão pouco, que não o querem "estragar" com "discussões" que sempre surgem quando se pretende fazer valer uma regra não do agrado dos mais novos.
Uma variante deste estilo são os pais negligentes, que também não definem regras, mas, por acréscimo, mantêm com as crianças e os jovens uma comunicação e relações afectivas muito deficitárias. Trata-se de famílias em que os filhos vivem entregues a si próprios, muitas vezes até ao nível da satisfação das necessidades mais básicas.

Estilo democrático
Nestas famílias existem regras, mas são explicadas aos filhos e, muitas vezes, objecto de negociação. Os mais novos são responsabilizados pelo cumprimento das normas e são estabelecidas consequências para o seu cumprimento ou para o seu incumprimento. Há uma comunicação positiva, que permite a negociação das normas a seguir e que encoraja a partilha de ideias e a expressão de dúvidas, de receios e de sentimentos.



As crianças provenientes de famílias autoritárias tendem a tornar-se mais inseguras, a ter baixa auto-estima, a serem mais agressivas e a terem mais dificuldade a nível da responsabilidade e do comportamento sociais.

As crianças oriundas de famílias permissivas tornam-se também pouco autónomas, pouco assertivas e com dificuldade em assumir responsabilidades sociais, sendo a situação mais grave quando provêm de famílias negligentes. Entre outras consequências negativas, podem surgir as seguintes: indisciplina na escola, por falta de hábito de obediência a regras, e baixa tolerância à frustração. Com efeito, as crianças crescem com todos os seus desejos satisfeitos, sem nunca ouvirem um "não".

As crianças que crescem em famílias democráticas são as que encontram condições mais favoráveis a um desenvolvimento emocional e comportamental saudável. Conseguem resistir melhor a experiências negativas e adaptar-se com mais facilidade às situações e às diferentes relações sociais.

Em jeito de conclusão, poder-se-ia dizer que afinal o provérbio inicialmente citado deveria sofrer uma transformação para se adequar a uma melhor educação: "Quem dá o pão, dá a razão." Para desenvolver "razão", é preciso crescer num ambiente estruturado, com regras, sendo estas explicadas e/ou negociadas, aprendendo-se gradualmente que a vida em sociedade assim o exige aos diferentes níveis; num ambiente com comunicação positiva e afecto. Assim se vão interiorizando e compreendendo as regras de participação cívica numa sociedade democrática. Assim se cresce sentindo-se amado e respeitado e aprendendo a amar e a respeitar.

Bibliografia:
Sprinthall, N. A., & Sprinthall, R. C. (1993). Psicologia educacional. Lisboa: McGraw-Hill.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Yu All - Blood Elf - Capitulo 14

(rewrote)
O Torneio

 
Viajamos alguns dias até chegarmos ao território do clã Orc. Eu nem notara que estávamos no seu território até já estarmos bastante perto da sua vila principal. Esperava ter mais sinais da presença desta raça. Afinal de contas eles não eram bestas brutas e destruidoras sem racionalidade nem cultura. A sua cidade embora ligeiramente diferente não era tão selvagem como se poderia esperar...
Dirigi-me a Cristina perguntando se não íamos descansar antes da batalha e qual era a sua estratégia para os atacar-mos.
- Não os vamos atacar.
- Não vamos? Como assim? Eu prometi a Cecília que eles iriam ser controlados. Não penses que a vou atraiçoar.
- Estúpido, sempre a pensara nessa mulher. Ela não te merece.
Não os vamos atacar porque não é necessário. O clã está no meio de um campeonato. Todos os seres que os desejarem desafiar para um combate corpo a corpo, um contra um, poderá faze-lo. O vencedor do campeonato será eleito general das suas forças.
Vamos inscrever um dos nossos no torneio e quando vencer-mos teremos oportunidade de facilmente poder convencê-los a parar com as hostilidades e negociar a paz. E não vamos trair a tua Cecília, até porque só iniciamos hostilidades para com o clã do dragão por tua causa. Agora que voltaste para eles não há razão para ainda estarmos em guerra. Eles são nossos aliados.
- Como assim? Por minha causa?
- Não te sei dar detalhes. Terás que falar com Octávio. Só sei que ficamos contra eles desde que entraste para o nosso clã e agora que voltaste para eles, Octávio conseguiu novamente que houvesse paz.
- Vou ter que esclarecer tudo com ele. Raio de Octávio.
Então Cristina, afinal quem é esse guerreiro que vamos inscrever no torneio? Os Orcs que vi lutarem são bem fortes, quem é mais forte que eles a ponto de os vencer numa luta um contra um?
- Tu, claro!
- Eu? Mas eu não sou assim tão forte. É claro que treinei bastante, mas pelo que vi na ultima batalha eles são guerreiros bem difíceis de derrotar. Eu não sei se...
- Claro que és forte o sufucuente, tu és bem mais forte que eu, bem vi a forma como derrotaste todos ontem quando entraste no nosso acampamento e nos surpreendeste com um ataque.
- Porque raio tive aquela ideia!? ...Ao menos posso usar os meus espíritos?
- Mas é claro que não. Nada de magias. Apenas o teu corpo.
- Como posso eu ganhar contra aquelas montanhas de músculos?
- Tu claramente és mais forte que eu. E nenhum dos nossos guerreiros tem metade da minha força, só tu nos podes salvar Pyros. Eu sei que consegues.


- Não fiquei nada confiante com os incentivos de Cristina. mas também não podia deixar de pensar que ela tinha razão.
Ao entrar na vila dos Orcs, apenas a mim, Cristina e mais dois vampiros foi dada permissão para entrar no recinto do torneio. Os restantes podiam apenas ficar fora das muralhas da vila.
Ao ver os meus oponentes, não conseguia deixar de pensar que seria desta que iria morrer. A luta não tinha regras, excepto de que podias apenas contar contigo e com as tuas armas não magicas.
Esta seria uma luta boa para Guilherme, ele sim, seria capaz de derrotar estes Orcs. Havia-o já visto brincar com um Leão que pensava que Guilherme era o seu almoço. Guilherme facilmente o controlava, evitando ser morto. Agora eu, nunca pensaria fazê-lo sem a ajuda do meu poder.
Agora aqui estava eu, prestes a enfrentar uma montanha de músculos de quase três metros que usavam armas de guerra como espadas, martelos e machados maiores que eu.
Os Orcs claramente não gostavam da nossa presença. Mas obedecendo ás suas próprias leis, ninguém nos poderia fazer mal.
Após alguns combates entre Orcs, era a minha vez.
Tinha de lutar contra o campeão do anterior torneio. Parece que queriam acabar com a nossa presença o mais rapidamente possível.
Cristina aproximou-se.
- Pyros, recebi notícias que os nossos guerreiros estão cercados por Orcs. Caso percas a luta deixa de haver razão para nos deixarem ficar cá, seremos atacados por toda a vila. A vida de todos nós está nas tuas mãos.
- Não podia acreditar que ela me havia dito aquilo. Estava a momentos antes de uma luta, cheio de medo do meu adversário e agora estava ainda mais nervoso. Como podia eu conseguir!?


Estávamos num recinto fechado com uma arena de pouco mais de uns sete ou oito metros. O Orc rugia para o publico, que o apoiava efusivamente.
Quando me apresentaram, ninguém me aplaudiu. Nem mesmo Cristina. Creio que não queria enervar mais o público.
Realmente, verem-me ali especado à espera que alguém me apoiasse, e ninguém o ter feito, parece ter descontraído os Orcs, que rapidamente começaram a rir e a falar uns com os outros. Provavelmente estavam a gozar comigo, mas não entendi o que diziam.
Ouviu-se o som de um bombo, a luta começou.
O Orcs de mais de três metros e provavelmente perto de uma tonelada de musculo carregava apenas duas estranhas espadas.
Atacou-me de frente, gritando de fúria.
...