sexta-feira, 21 de maio de 2010

Yu All - Blood Elf - Capitulo 20



(rewrote)

Nova liderança - Rebentos de paz depois da destruição




Alucard aproximou-se de mim.
-Tu!
Disse-me ele com uma voz que parecia vir de todos os lados e com uma entoação desconcertante.
- Tu, não me atacaste! Além disso tens o potencial para ser o novo chefe deste clã. Espero que na altura que decidas atacar-me estejas melhor preparado que Octávio. Daqui a um século encontraremos-nos aqui. Não me faças procurar-te.
Alucard levitou, lentamente retomando a sua forma original, menos demoníaca.
Afastava-se cada vez mais, cada vez mais rápido; e eu ali fiquei, imóvel, sem saber o que fazer ou dizer. Quando este estava a uns cem metros começou a rir e desapareceu em zig zags mais rápidos do que o meu olhar podia acompanhar.
É-me difícil acreditar que Octávio, que sempre sabia tudo, sempre estava preparado, havia sido derrotado tão facilmente.
Estava perplexo, incrédulo com o que acabara de ocorrer.
No campo de batalha o cheiro de carne queimada e a visão de vários vampiros meus conhecidos, tornavam insuportável a minha presença naquele local.

Os poucos vampiros que haviam restado vieram ter comigo.
- Mestre! Rápido, salve-nos a todos.
Salvá-los? O que podia eu fazer? Estão todos mortos!

- O que posso eu fazer para salvá-los a todos?
- O mestre tem que absorver as almas de todos. Octávio disse que se ele falhassem apenas você os poderia salvar.
- ...Mas são tantos... e já estão mortos, não os posso ajudar...
- Octávio previu que isto poderia acontecer. Ele disse-nos que agora que já não tem uma tão grande concentração de poder de elfo e que finalmente libertou todo o seu potencial negro você seria capaz de tudo.

Fiquei confuso com este plano, mas não tinha tempo para pensar. Realmente era uma boa ideia, absorver o seu poder, os seus espíritos.
Concentrei-me. Comecei a reunir todo o meu poder. Raulian e os restantes companheiros estavam prontos para orientar todas as almas no instante em que fossem absorvidas.
Aos poucos fui capaz de sentir cada um dos meus companheiros moribundos, a fragilidade dos seus corpos, as suas almas prestes a partir para o outro mundo. A maioria estava perto da morte total, mas estavam ainda vivos. Octávio havia ordenado que ninguém se excedesse forçando uma morte rápida, este era o plano B caso tudo falhasse.
Segundo soube as ordens que tinham era que deveriam guardar as suas energia para que fossem salvos por mim, assim poderiam usar o seu poder para me tornar mais forte e um dia poderiam todos regressar à vida.
Não sabia porque Octávio lhes tinha dito isso, mas não os iria deixar morrer.
Absorvi todas as almas que consegui. Eram agora umas quinhentas.
Era tudo demasiado confuso. Não me conseguia concentrar no mundo real.
Caí num coma, num sonho profundo, um mundo dentro de mim próprio. Um mundo onde, até esse dia, apenas as minhas almas conheciam. Rauliam estava completamente à-vontade com este mundo. Orientou todos os recém chegados comprometendo-se a treiná-los rapidamente para que tudo pudesse voltar rapidamente à normalidade.

Estive vários dias entre o limiar do coma consciente e o sono totalmente inconsciente. Consegui voltar a mim, apenas vários dias depois.
Estava na aldeia dos Vampiros, Cristina estava ao meu lado.
- Já sei de tudo meu mestre. Comprometo-me a orientar tudo até que esteja pronto para tomar o seu lugar como chefe do clã, agora somos só quarenta e sete vampiros vivos, contando consigo e Alucard, mas acredito que com o seu poder iremos conseguir sobreviver.
-Mas... não, Cristina. Não quero ser o vosso líder. Não me trates como se agora fosse diferente, eu sou o mesmo.

- Estava tudo ainda demasiado confuso, mas de uma coisa estava certo. Não pretendia ser líder. Pretendia apenas recuperar rapidamente as forças e apressar-me a encontrar Cecília. Algo me dizia que ela precisava de mim.

Este novo poder, esta grande quantidade de almas, todas organizadas, todas dispostas a ajudar-me, a seguirem os meus desejos.
Estava disposto a fazer tudo para recuperar Cecília e para vingar o clã vampírico. Estava decidido a tornar-me mais forte e agora já sabia como o fazer.
Neste momento os meus espíritos estavam em controlo de toda a aldeia. Eu estava informado sobre tudo o que se passava. Era realmente como se me estivesse a tornar omnipresente e omnipotente.

- Cristina, estou decidido, não quero ser o vosso líder.
- Mas meu amo, Octávio disse que...
- Octávio é agora meu súbdito.
Com um gesto destruí a parede do quarto em que estava alojado.
Cristina parecia assustada. Na realidade eu próprio estava assustado com este novo poder.

A cada segundo me apercebia de novas capacidade, agora era-me mais fácil viajar até ao local onde as minhas almas estão aprisionadas, consegui fundir a minha mente com as delas, conseguia facilmente materializá-las e utilizar as suas capacidades, mesmo contra a sua vontade, caso fosse necessário.
Agora estava realmente unido a elas, agora eu e todas as almas somos um só.
Quinhentos e noventa e três seres como um só.
Agora sim, talvez até Alucard pudesse ser destruído.
- Não.
- Interrompeu-me Cristina como se estivesse a ouvir os meus pensamentos.
- O meu pai é demasiado poderoso. Tentei avisar Octávio disso, mas ele não me ouviu. Foi demasiado teimoso. Alucard vive há mais de três mil e seiscentos anos. Não pode ser destruído por seres como nós.
- Não percebi como ela sabia o que eu estava a pensar, mas na realidade já nada me espantava.
- Talvez tenhas razão, mas não importa. Agora sou também o Octávio. Agora conseguirei compreender e conquistar Cecília, conseguirei que ela me ame. Agora conseguirei tudo o que desejar. E Alucard não faz parte dos meus planos, mas se quiser medir forças, que se prepare bem!... E tu, porque não estás com Cecília? Não deviam estar todos juntos?
- Conseguimos a paz com as tribos Ocs e Goblin. Ela mandou-me vir apoiar-te.
- Eu não desejo ser vosso mestre. Vou entregar-vos ás ordens do clã do Dragão. Os vampiros não são uma raça como aquele monstro do Alucard. Somo uma raça que merece melhor. A partir deste dia seremos todos um clã do Império do Dragão. Vamos ajudá-los a devolver este mundo aos seres do bem e destruir todas as raças que se recusarem a aceitar-nos. Sejam elas de Seol ou Gaia.

Em tempos, enquanto treinava com Rafaela aprendi que não conseguia libertar o meu corpo do espírito tal como ela fazia, mas com a orientação e empenho de Raulian agora conseguia ultrapassar as limitações da técnica de Rafaela. Não conseguia levar o meu espírito para longe do meu corpo, mas conseguia levar o meu corpo para o mundo dos espíritos.Tornei-me capaz de envolver o meu corpo em matéria espirita e transportá-lo assim por momentos para um mundo diferente. Na realidade não compreendia muito bem como tal era possível, mas Raulian parecia certo que tudo correria bem.

Ordenei a Cristina que voltasse para junto do clã do Dragão e lhes indicasse as minhas ordens. Esta é a minha primeira e única ordem enquanto mestre de todos os vampiros.
Precisava encontrar Cecília.
Ela ainda estava nas terras do norte a tentar descobrir o que se havia passado. Algo me dizia que precisava de mim.
Transferi o meu corpo para o reino dos espíritos e voei em direcção ao local onde a havia visto pela ultima vez.
...
Cecília, aguenta, estou a caminho...

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