sábado, 19 de dezembro de 2009

Yu All - Blood Elf - Capitulo 3


(rewriten)
Algo está mal

Mal tinha entrado num novo mundo e estava de volta.
Mas havia mudado. Algo em mim me dizia que estava diferente.
Estava de volta ao campo na noite em que revi a Cecília, quando aparece a Rita e começa a brigar comigo. “O que estas aqui a fazer com essa mulher?” dizia ela vezes sem conta.
E novamente vejo um homem lentamente aproximar-se. Este pega numa faca e diz para lhe darmos tudo o que possuímos.
A Rita começa a correr, a gritar: “ajudem-me”. Nem se importou comigo a estúpida.
O Homem agarra-me encostando a faca ao meu pescoço.
Felizmente desta vez a Rita conseguiu fugir.
Ao olhar para aquele homem só consegui pensar naquele zombie. Desta vez não vais levar a melhor. Pensei para mim.
Não sei bem como, mas agarrei a sua mão e senti uma estranha sensação de poder. Comecei a sentir o seu braço a ser esmagado pela minha força. Não! Não só esmagado, também sentia a sua energia, o seu espírito ser absorvido. Não me importei. Deixei-me tomar pela raiva e antes que desse conta o homem tinha sido completamente sugado. Parecia uma múmia ali pendurado pelo braço.
Aterrorizado, comecei a tentar perceber o que se passava.
Decidi sair dali. Como iria explicar o que se passou? Não podia.
Teria matado aquele homem?

No dia seguinte parecia ter voltado tudo ao normal. Era como se aquele dia não tivesse existido.
Aquele dia parecia ter sido só um sonho. Um sonho que terminou quando encontrei a Rita. Estava fula. Começou a discutir comigo à frente de todos. Dizia que era um fraco e nem a protegi. E que para além de tudo me havia encontrado com outra.
Acabou tudo comigo, ali em frente a toda a turma.
Não me fiz de fraco. Nem lhe liguei.
Na primeira aula, sentamos-nos pela primeira vez longe um do outro. Ambos estávamos no mesmo ano de medicina veterinária. Tínhamos começado a namorar no início do primeiro ano de universidade.
Na aula não conseguia estar atento. Tudo estava diferente. Eram muitas mudanças para um tão curto espaço de tempo. Ao mesmo tempo parecia estar completamente consciente de tudo o que se passava à minha volta. Incluindo a matéria que estava a ser dada na aula. Cada pergunta do professor eu sabia a resposta. E efectivamente estava a responder em voz alta às suas questões. Até então não era normal eu participar nas aulas! Também, diga-se que embora normalmente soubesse a resposta, raramente estava suficientemente atento para saber qual era a questão.
Não sabia o que se estava a passar. Quase não conseguia distinguir realidade de ficção. Tudo me parecia irreal. A única coisa que me segurava à realidade era o desejo de reencontrar Cecília. Estava a começar a ficar apaixonado por ela.

Desde o dia em que Rita acabou comigo tudo foi diferente. Lentamente a ideia de que tudo era um sonho foi desaparecendo. A noção de realidade voltou acompanhada de uma nova vida. Estava mais energético. Qualquer desporto era fácil para mim. Eu uma fracote, um pacifista, estava agora a ter aulas de artes marciais. Estava a tornar-me o melhor da turma em todas as actividades da Universidade. Estava completamente diferente.
Era notório que aquele não era eu.
Com todos os aspectos positivos vieram também os negativos. Estava a ficar agressivo. Tinha energia a mais. Durante a noite não conseguia dormir, tinha pesadelos. Sonhava sempre com o homem que me tentara assaltar. E o que era feito dele?! Decidi procurar nas notícias.
Procurei nas internet e nos jornais e nada! Não se falava de nenhum corpo encontrado por ali. Seria possível ninguém o ter visto. Havia passado mais de duas semanas. Voltei ao local e não havia vestígios de nenhum morto ou de qualquer luta.
Neste momento a minha vida já não parecia a minha vida. Aos poucos, com o passar dos dias a minha vida me parecia cada vez mais distante do que eu desejava. Eu próprio já não me reconhecia. Atingi o máximo quando a Rita veio ter comigo implorando-me para voltar para si. Fui arrogante, agressivo. Quase me vi bater-lhe. Estava cheio de ódio. O que se passava comigo?
Nessa mesma noite, exausto, desejei rever a Cecília. Chamei por ela. Imaginei que ela ali estava.
Subitamente uma luz esverdeada surgiu no centro do meu quarto e Cecília apareceu.
- Como é possível estares aqui?
- Perguntou ela. Eu é que poderia estar surpreso por aquilo realmente ter resultado. A verdade é que resultou. Ali estava ela diante de mim, mais bela do que nunca.
Claramente eu estava apaixonado por ela! Era fantástica a sua beleza, a sua leveza o seu rosto...
- Tu deverias estar com o ShadowWolf. Como voltaste? E… como é possível. A tua aura. O que se passou?
Perguntou Cecília interrompendo a minha contemplação da sua formosura.
Expliquei-lhe tudo o que se havia passado. O difícil estava a ser para mim esta nova vida.
Enquanto lhe contava tudo o que havia acontecido comigo, não conseguia desviar o meu olhar do seu sorriso, dos seus lábios que desejava beijar.
Mais que nunca, ela estava lindíssima. Até hoje, cada dia que a vejo ela me parece mais gira que a ultima vez.
Neste dia ela estava com uma aparência mais humana. Vestia uns jeans e um top. Estava simplesmente deslumbrante.
Agora, com a sua presença, consegui perceber que já há varias semanas que não conseguia relaxar. Estando perto dela, sentia-me cada vez mais calmo. Era fantástica a sua influência em mim.
- Tenho tentado encontrá-los, mas tanto tu como o ShadowWolf têm estado impossíveis de contactar. Não consegui sentir que tinham morrido. Mas também não os conseguia encontrar. Agora percebo porquê. Estás aqui na terra!
- Seria possível que ela realmente conseguisse perceber se tivéssemos morrido? E o que se passava? Não era do seu desejo que eu estivesse tal como estava e onde estava?
Cecília prosseguiu.
- Não consigo perceber como, mas a tua aura já não é mais a de um elfo. Deverias ter absorvido o poder do seu sangue e transformar-te num meio termo entre humano e elfo. Ou algo do género…em teoria isto é o que devia ter acontecido ...mas, pelos vistos, seja o que for que o ShadowWolf te fez mudou completamente o resultado. Estou metida em sarilhos…

- Ela é que está metida em sarilhos? Pensava para mim! Afinal o que se estava a passar? Enquanto ela tentava perceber o que fazer para me ajudar. Pelo que consegui perceber a minha aura estava misturada com a dos elementos do clã espírita a que o ShadowWolf pertencia e com a alma de um elemento de império de Seol, mais própriamente, um vampiro.
Sorri. “Um vampiro!?” Novamente isto me parecia irreal.
- Agora não te posso levar de volta. Tentarei regressar o mais rapidamente possível. Dentro de umas semanas deverás estar melhor. O teu corpo ainda está a habituar-se a essas várias infusões de poder. Com o teu nível de poder estarás a salvo na terra. Mas não compreendo o porquê de o ShadowWolf te ter dado parte do seu poder. Nem como tens esse poder negro de vampiro.
- Das mãos de Cecília começaram a sair raios de luz que vinham na minha direcção. Pareciam choques eléctricos. Mas não sentia dor.
- O teu poder vai estabilizar. Tenta manter-te estável. Deverás manter-te calmo e não usar as influências do poder negro.
Dizendo isto, desapareceu.
Como em cada contacto que tínhamos, fiquei vários dias a pensar naquele rosto. Naquela aura. Naquele corpo. Todos os dias desejava estar com ela. Mas por mais que o desejasse, ela não aparecia para mim.
Ao fim de uma semana sentia-me completamente normal, nada de fúria dentro de mim.
Continuava a estar mais alerta, a demonstrar mais a minha inteligência e aptidão para tudo o que tentava fazer. A pouco e pouco estava a chamar à atenção de pessoas que até então nem tinham notado a minha existência.

Pouco mais de um mês desde que entrara nesta vida, surgiram-me um grupo de rapazes. Diziam ser membros de um gang e amigos do Renato, o homem que eu havia matado. Seria Renato o nome do homem que havia enfrentado semanas antes no campo perto da Universidade?
Não me deram tempo de explicar. Tentaram derrubar-me. Coitados. Não sabiam do que eu era capaz.
Na realidade eu também não sabia. As minhas aulas de artes marciais pareciam ser suficientes para os derrubar. Podia ver claramente cada um dos seus ataques e defender-me como desejasse.
Rapidamente dei por mim a entrar num estado de fúria que não controlava. Cada murro que me davam, nem me importava em desviar-me. Eram insignificantes. Cada ataque que eu fazia sentia os seus corpos serem despedaçados. Ao mesmo tempo. Notei que dois deles haviam sido derrubados e a sua energia estava a ser absorvida por mim. Os seus corpos pareciam cada vez mais umas múmias. Tal como acontecera com Renato. Agarrei um dos meus atacantes, enquanto os outros fugiam. Rapidamente a minha mão esquerda o segurou pelo pescoço, esmagando-o.
Cada vez me sentia mais forte. Mais agressivo.
Subitamente alguém surge por trás de mim.
Tentei atacá-lo. Mas este era diferente. Este conseguia defender-se. E cada ataque seu realmente me provocava dor. Ao fim de três ou quatro murros seus, eu já estava derrubado. Não conseguia resistir.
- Pára.
- Disse este homem que me derrubara, apontando-e o dedo como se me desse uma ordem à qual não deveria resistir.
Era um homem alto e magro. Não tinha aparência de ser forte. Mas na realidade havia-me derrotado e nem parecia ter-se esforçado.
- O meu nome é Octávio. É uma honra para mim conhecer-te.
- Não sabia distinguir se este falava a sério ou se me estava a gozar.
- Finalmente o teu corpo está pronto para receber treino. Toma, um presente.
- Diz Octávio atirando-me uma espada para as mãos.
- Segue-me, vou contar-te tudo!
...

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