quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Yu All - Blood Elf - Capitulo 5

(rewrote)
O regresso

Todo este tempo em Seol não havia sido fácil.
Passava o dia com seres que na sua maioria eram arrogantes e viciados em tornarem-se fortes. A maioria estava em más condições, não tinham comida e apodreciam lentamente.
Como se não bastasse. Todos os vampiros inferiores me olhavam com medo e ódio. Eu era aquilo em que eles se queriam tornar, um vampiro respeitado, temido, poderoso e adorado pelos mais fortes do clã. Quase todos desejavam o meu lugar, desde que entrei para o clã sempre fui respeitado pelos principais vampiros e nunca fui tratado como um ser de uma raça inferior. Segundo as leis vampíricas um vampiro só poderia ter tudo o que me foi oferecido se destruíssem um ser que já tinha tudo isso o que para mim não era muito animador pois todos os vampiros inferiores esperavam a sua vez para me destruir e tomar o meu lugar.
Rapidamente me tornei um vampiro superior um lugar nada fácil de alcançar além de já ter entrado no clã em condições especiais. Todos estes meses de treino tinham valido a pena. Estava finalmente na altura de seguir o meu próprio caminho, seguindo as minhas próprias leis. Quando somos vampiros superiores podemos abandonar o clã e seguir a nossa vontade sem ajuda ou orientação de ninguém excepto do 1º vampiro, o mestre de todos os vampiros, alguém que nunca tinha conhecido. Só me restava transmitir as minhas intenções a Octávio, o chefe deste clã vampírico e partir.

A minha vida tinha dado uma volta que eu mal conseguia perceber. Havia tanta coisa diferente, tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo. Sempre que tentava pensar na minha vida e dar-lhe alguma lógica surgiam apenas mais e mais perguntas. Estava na altura de obter respostas.

Dirigi-me à sala de Octávio. Com a nostalgia de esta ser a ultima vez que aqui vinha, reparei em tudo com o desejo de guardar este local na minha mente para sempre.
Este local sombrio, onde nunca havia sol que não estivesse bem camuflado por densas nuvens. Era um local que para além de cheirar a morte e estar constantemente frio me proporcionara boas recordações. Todo este tempo fez-me aprender mais sobre toda esta guerra e sobre este nobre clã de vampiros, que excepto para os novatos, era um local à qual se podia realmente chamar de casa. Aqui havia amigos com quem podia contar para a vida. Um deles, o que mais me marcou, tinha sido o meu mestre, Raulian. Este não estava mais entre nós. Mas estaria para sempre na minha memória.
Também pelo facto de este ter partido, estava eu também decidido a abandonar este lugar. Queria voltar à terra e quem sabe reencontrar Cecília. Esta era agora uma longínqua lembrança.
Chegara finalmente à sala de Octávio, era a sala mais alegre de todas que haviam neste pequena aldeia. Tudo decorado como a sala de troféus de um caçador, que orgulhosamente demonstra o seu poder e respeito pelas várias vitimas da sua vida de guerreiro.
Entrei na sala e vejo Octávio sentado numa grande poltrona desenhando planos de construção de alguma nova arma de guerra.
- Então Pyros, finalmente alcanças o estatuto merecido. Eu sei que foi duro, mas conseguiste, deves ficar feliz com isso. Desejas algo de mim?
- Claramente ele não esperava ver-me nos seus aposentos no mesmo dia em que me torno um vampiro superior.
- Terminei o meu treino. Segundo as leis vampíricas, agora posso decidir o meu próprio destino. principalmente depois do acontecido a Raulian, desejo deixar o clã e voltar à Terra!
- Não deves aceitar mal o que aconteceu, as leis vampíricas existem por uma razão. Talvez no futuro tudo possa ser diferente. Quanto à Terra, porque queres voltar lá? Agora és um ser demasiado poderoso para ser desperdiçado com brincadeiras na Terra. Agora, deves ficar ao nosso lado. Deves ajudar-nos a devolver Seol aos vampiros. Isso é o correcto.
- Não. Estou decidido.
- Disse-lhe eu em voz firme!
- Bem sei que já provaste ser um vampiro e que tens o direito de seguir o teu caminho, mas gostava que continuasses connosco. Deverias ficar pelo menos mais umas semanas, até recuperares do último teste! Além de que, não é fácil ir à Terra. A Terra é um planeta superior. Podes sempre passar de lá para cá se tiveres conhecimento para tal, mas para fazer o contrário é mais difícil. Tens que ter quem te invoque do outro lado. Não conseguirás facilmente passar para lá. A não ser que saibas construir uma nave espacial, tal como os teus irmãos humanos tentam fazer há séculos.
O tom irónico com que Octávio disse isto, demonstrava bem o seu ar de superioridade perante raças como os humanos.
Eu não estava disposto a desistir tão facilmente da ideia de voltar para a minha terra, rever tudo o que estava distante à tanto tempo.
- Mas... Octávio. Eu já te vi na Terra. Tu podes dar-me o acesso que preciso.
- Ahh... realmente posso, mas as coisas não são assim tão fáceis. Alguém com o teu nível de poder, não pode passar muito tempo na Terra. Serias caçado por elementos da luz a toda a hora. A Terra foi em tempos um planeta disputado. Os elementos da luz conquistaram-na e ofereceram-na aos humanos. Mas ainda os protegem. Definitivamente não poderias ficar lá muito tempo.
- Quanto tempo teria a salvo lá? Teria tempo para rever a minha família e amigos? Saí de lá sem me despedir de ninguém. Neste tempo todo que aqui estive, estive sempre tão ocupado, tão distante. Tentei acreditar que a Terra estava parada no tempo à minha espera.
- Pois, mas vais notar que também lá as coisas continuaram, que a tua família e amigos continuaram com a sua vida. No máximo poderás estar a salvo uma semana. Depois disso terias que enfrentar alguns elementos menos poderosos, mas rapidamente irias chamar à atenção de guardiões mais fortes, podes até ser destruído. Não te posso ajudar. Fica cá mais um ano. Ou pelo menos meio ano. Depois talvez tenhas mais hipóteses.
- Cada vez mais irritado disse-lhe com voz ainda mais firme "Estou disposto a tudo para voltar à Terra!".
Fez-se silêncio na sala. Passado alguns minutos em que ambos olhávamos um para o outro tentando pensar em argumentos, Octávio cedeu.
- Se estás mesmo decidido. Vou tentar ajudar-te, mas só te posso ajudar a voltar à Terra com uma condição. Quando precisar de ti, seja para o que for, tens que me obedecer. Já ficou provado que és um vampiro honrado. Se me prometeres isto, estou disposto a ajudar-te.
- Infelizmente não tenho outra hipótese.
- Sabes, existem vários seres no universo, os pagãos que em nada acreditam, os elementos da luz que seguem os antigos deuses, os nossos aliados que seguem os seus próprios ideais, com os quais inevitavelmente teremos que lutar quando destruirmos todos os actuais inimigos e os elementos de mundos superiores, tal como os humanos, seres fracos, sem controlo de mana, normalmente protegidos por velhos e poderosos elementos da luz. Consequentemente existem também regras de poder entre os planetas. Quando um planeta está infectado de poder, tal como este, é sempre fácil viajar para cá vindo de um planeta com menos poder mágico. A própria magia chama-te. Por isso é fácil viajar da Terra para cá e de cá para outros planetas mais poderosos. Mas, aviso-te. Nunca tentes viajar para planetas mais poderosos que este. O nosso poder ainda não nos permitiu conquistar este planeta, como poderíamos nós sobreviver em planetas onde o poder é ainda maior!? Deves ter especial cuidado com esses planetas que foram conquistados por raças mais poderosas, sejam eles elementos de Seol ou da luz.
- Mas, então, se existem vários planetas, os vampiros conquistaram quantos?
- Somos uma raça com poucos milhares de anos. Sobrevivemos apenas porque somos aliados de raças demoníacas. Caso contrário, já teríamos sido extintos. Bem, esqueçamos isso, se estás decidido a ir à Terra, tudo bem. Vou ajudar-te. Mas leva a espada.
- A espada! Mas para que preciso eu de uma espada? Na Terra compro uma arma melhor.
- Estúpido. Se as armas da Terra fossem melhores, já te teria dado uma. Esta espada é um dos nossos maiores tesouros. Esta espada existe há milhares de anos, pertenceu a vários grandes guerreiros. É graças a ela que o nosso clã foi fundado. Estas nossas armas podem parecer arcaicas, velhas e de pouca qualidade, mas ao longo dos seus séculos de existência vários feiticeiros foram alterando as suas propriedades e tornando-as em armas mais e mais poderosas. Uma pistola nunca poderia fazer isto.
- Dizendo isto, atirou a espada contra um veado que estava preso no centro da sala. Certamente seria o jantar de alguém.
- Como sabes aqui não há humanos, e todas as raças inteligentes são poderosas. Então os vampiros alimentam-se de animais. Desde que fomos banidos da Terra, a nossa raça tem tido várias dificuldades em sobreviver. Não quero que morras e esta espada vai garantir isso.

- Qual não é o meu espanto quando a espada que se havia espetado no corpo do veado, começa a absorver o seu sangue. Tal como um vampiro.
- Tu tens uma grande falha, Pyros. Não consegues absorver a vida dos teus adversários e usá-la para te regenerares. Pois bem, isso é o que esta espada faz. Absorve a vida dos corpos em que toca, possibilitando ao seu dono usá-la quando for necessário para se regenerar. Vou contactar os meus servos na Terra. Irei preparar tudo para que possas ser invocado lá. Espero que regresses rápido. Precisamos de um guerreiro como tu.
- Por mais estranho que soasse, incluía Octávio num dos meus bons amigos feitos entre os membros do clã e na altura de me ir embora todos estes amigos vieram ter comigo para se despedir. Iria realmente sentir alguma saudade deles.
Era especialmente estranho constatar que tinha também amigas vampiro. Ouve uma que se tornou uma amiga especial, Cristina, ou “Cristina Sorriso Sereno” como era normalmente conhecida, um vampiro de puro sangue, que herdou o seu nome por ter um constante ar sorridente. Mesmo quando mata as suas vítimas, nunca se via demonstrar prazer ou pesar em matar, sempre o mesmo constante sorriso, esta característica aliada ao facto de esta ser extremamente poderosa e insensível provocava medo em todos os seres inferiores. Por outro lado, todos os seres que esta considerava ou, algum dia considerou, como iguais, conseguiam ver a sua bondade e justiça. Cristina havia-me ajudado bastante nos treinos com Raulian. Sempre que podia, lá estava ela, disposta a ajudar-me. Se ela não fosse um vampiro, diria que estava apaixonada por mim! Só de pensar naquela pele pálida, naquele corpo frio, naquela personalidade aterradora de serial killer. Era impossível pensar nela como mulher. Por isso sempre mantive a minha distância.

Depois deste tempo que não quero descrever detalhadamente uma vez que foram muitas as atrocidades presenciada, é finalmente chegado o dia em que poderei rever os humanos, comer comida de humano, rever os locais que costumava frequentar, rever os amigos... e… os meus pais... que nunca se haviam importado comigo. Será que sentiram a minha falta? E inevitavelmente o meu pensamento vai ao encontro de Cecília. Seria bom perceber porque me abandonou nas mãos de Octávio e nunca mais desejou estar comigo. Agora acredito que os seus jogos de sedução e a sua aura sedutora não mais me irão influenciar. Tenho que a reencontrar. Reencontrá-la para lhe pedir explicação. Para compreender porque me havia abandonado. Estava decidido a tomá-la como minha. A bem ou a mal…este seria o seu destino.

Finalmente tudo estava pronto. Octávio levou-me até ao local onde seria enviado para a Terra.
Vários vampiros reuniam o seu poder e entoavam cânticos em sintonia. Lentamente uma luz negra me envolveu. Conseguia ouvir vozes que claramente não vinham deste mundo. Caminhei na sua direcção. Num abrir e fechar de olhos, estava na Terra.
Podia sentir a falta de energia. Este realmente era um planeta sem grandes influências mágicas.
Estava no meio de um grupo de várias pessoas. Pareciam saídos de um grupo de adoradores de grupos satânicos. Eles eram os responsáveis por eu ter sido trazido de volta à Terra.
Reconheci os elementos que me atacaram no momento antes de conhecer Octávio. Os supostos amigos de Renato. Seriam todos eles servos de Octávio? Seria o próprio Renato um servo de Octávio? Qual o papel de Cecília em tudo isto? Seria também ela uma escrava de Octávio? Teria sido tudo um plano para me convencer a tornar-me um aliado seu? Os seus jogos de sedução, todas aquelas imagem de um mundo mágico fantástico com promessas de uma vida maravilhosa, quando na realidade havia vivido num mundo de dor, morte e destruição? Numa coisa Cecília tinha razão, ela sempre dissera que eu iria ser forte. Agora considerava-me forte. Capaz de conquistar o universo. Cada vez mais tinha a certeza. Cecília devia-me muitas explicações. Estou disposto a obtê-las, a bem ou a mal.
Neste momento senti uma energia, um ódio, um poder e desejo de destruição sem tamanho. Toda esta raiva vinha de dentro de mim. Ao estar de volta na terra algo dentro de mim me dizia que devia conquistar e destruir tudo à minha volta.
Aos poucos consegui recuperar a calma. Estava na Terra, estava de volta, não podia agir com a agressividade do mundo dos vampiros.
Novos pensamentos pairavam na minha mente. O que foi feito da universidade? Dos meus pais? De Rita?
...

5 comentários:

  1. Eu sei o que foi feito deles...foram às compras de Natal...hehe :P

    ResponderEliminar
  2. Brutal... Estas pausas na história para conhecer o que envolve a personagem é bom!

    Que venha o próximo, mas eu quero o 7º!!!!

    ResponderEliminar
  3. :)
    então e o 6... ninguém quer? :p
    Por acaso devo dizer que estes dias estão a render....podia por já uns 3 :p
    aiii... que o dvd n pode ver....

    ResponderEliminar
  4. Aguarde pacientemente pelo capítulo 6, esperando ansiosamente que o dia da sua publicação chegue!!! Bem, deixemo-nos de tretas...esse capítulo 6 sai ou não sai?

    ResponderEliminar
  5. Já me confirmaram que só sai logo à noite :(

    ResponderEliminar