segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Yu All - Blood Elf - Capitulo 6


(rewrote) (especial Natal - episódio bigalhão :p )

A lutar com humanos


Estou de volta. Tudo está tal como me lembrava. Cheguei a sentir saudades do cheiro da poluição desta cidade, da movimentação das pessoas, dos transportes… Que estranho foi ver as coisas da qual sentimos falta quando nos afastamos de tudo. Consegui perceber que era quinta-feira. Tinha perdido noção dos dias em Seol.
Vou primeiro ver os meus pais.
Estavam em casa. Que estranho, pelo que me lembro nunca estavam em casa a uma quinta de manhã!
Ao ver-me, fizeram uma choradeira. Acreditei realmente que haviam sentido a minha falta, até que passado umas horas a conversar, tentando não lhes dar muitos detalhes de onde havia estado, começo a sentir que tudo estava como deixara. A minha mãe como sempre voltou para a empresa. O meu pai havia regressado para o mesmo bar onde todos os dias da minha vida o via embebedar-se, dia após dia. Parece que afinal não sentiram assim tanto a minha falta.
Pelo que percebi nem haviam procurado por mim, achavam que tinha fugido com alguma nova namorada e que estava a viver a vida em qualquer local, que era um acto de rebeldia juvenil. Como era possível que me conhecessem tão mal!?

Decidi ir rever os amigos da universidade. Aí sim, senti que havia provocado falta. Passei o dia a conversar com alguns dos poucos ex-amigos mais próximos. Notei que tentavam não perguntar onde havia estado embora o desejassem, foi agradável estar de volta e verificar a sua amizade e preocupação.
Prometi-lhes voltar a encontrar-me com eles no dia seguinte.
A nostalgia de rever as pessoas, de voltar à universidade, de sentir que podia relaxar. Até os sons da cidade me acalmavam. Nada de gritos, nada de medo, nada de ódio e competição. Finalmente estava calmo, era como se estivesse num paraíso.
Tentei ficar a par de tudo o que se havia passado neste meu tempo de ausência, todas as pequenas coisas me interessavam.
Foi um dia repleto de emoção e alegria, como já à muito não tinha.
No dia seguinte quando acordo, os meus pais já não estão em casa. Confirma-se que as saudades não eram muito grandes.
É melhor ir ter com os meus amigos, rever o resto do pessoal e quem sabe assistir a umas aulas. Seria bom sentir-me integrado, nem que fosse só por um dia. Amanha tento reencontrar Cecília, prometi a mim próprio. Talvez não seja difícil, desde que voltei que me sinto observado, deve ser ela, ou então os amigos de Octávio.
Desta vez, ao chegar à universidade não encontro logo os meus amigos. Em vez disso vejo a Rita. Estava com um "homem bomba" não devia fazer mais nada do que ir ao ginásio, só se via músculo e atitudes de convencido. Sempre detestei pessoas com a mania de superioridade e agora, depois de ter vivido no meio dos vampiros e ver como os seres superiores tratavam todos os outros, este sentimento estava ainda mais enraizado em mim.
Quando me vê, Rita apressa-se para vir falar comigo.
- Olá João, há quanto tempo. Ouvi dizer que tinhas regressado.
- João! Que estranho ouvir este nome! Eu já não era mais o João! Não me sentia como o simples João! Sem me aperceber dou comigo a pensar: “Esta humana já me está a irritar!”...Calma! Afinal de contas eu também sou humano! Estou de volta. Não preciso reagir com agressividade.
- Este é o Nuno, o meu namorado. – Disse a Rita toda grudada no "ogre". Será que me estava a tentar fazer ciúme?
Com um ar de superioridade, o "ogre Nuno" estende a mão para me cumprimentar dizendo com um falso sorriso:
- “É uma honra para mim conhecer o tão falado ex-namorado da Rita.” E dizendo isto tenta esmagar-me a mão com um aperto de mão.
Mal senti a sua força, mas conseguia perceber que se tentava esforçar para me ver fraquejar. Indiferente a isto, soltei um sorriso dizendo. É uma pena, a Rita costumava ter tão bom gosto para namorados.
Segui em frente, de encontro ao Nuno. Com um toque de ombro quase que o derrubava. Achei que seria uma cobardia destruir um ser tão insignificante, mas tenho que admitir que bem tive vontade de o fazer.
De alguma forma, conseguia perceber que aquilo os afectara. Conseguia sentir o seu ódio cercar-me depois daquilo. Mais um dos meus inúteis sentidos de vampiro. Tenho pena se não gostaram, pensei para comigo.
Passei o dia tentando aproveitar ao máximo os meus amigos. Passamos grande parte do tempo a gozar com o "ogre Nuno", parece que ninguém gostava dele. Realmente era agradável sentir-me novamente humano.
No dia seguinte iria ter que me despedir desta vida simples e começar a procurar pela Cecília.
Era estranho, mas passei todo o dia com a impressão que estava sendo observado, para além disto, odiado. O que se passa? Porque sinto isto?
Despedi-me dos amigos em tom de um novo longo adeus.
Encaminhei-me para casa decidido a descobrir quem me seguia, se era Cecília, porquê este sentimento de ódio? Decidi seguir em direcção a uma zona industrial que conhecia, talvez encontrasse um armazém onde pudesse atrair os meus perseguidores.
Facilmente encontrei um, não foi difícil entrar. Estava vazio, era o local ideal.
Rapidamente entram três homens. Claramente não humanos, eram demasiado rápidos e podia agora começar a sentir uma aura cada vez mais poderosa emanando de si. Cercaram-me, apontando-me as suas espadas. “Porque raio deixei a espada em casa?! Tenho que arranjar uma maneira de a transportar sem dar nas vistas.” Pensei para comigo.
- Maldito vampiro. Pensavas que podias infiltrar-te no meio dos humanos sem que sentíssemos a tua presença? Desde que entraste neste mundo que conseguimos sentir-te.
- Comecei a rir, dizendo:
- Muito bem! Não sei quem são, mas se querem morrer, venham!
- Estes vampiros são todos iguais!
- Disse um deles. Um outro interrompeu com ar de arrogância:
- Com estas espadas sagradas não tens hipótese.
- Dizendo isto, atacaram-me de frente.
- Os seus ataques eram bastante rápidos. Não podia facilitar. Tentei agarrá-los com as minhas “mãos extra”. Mas os meus espíritos não eram rápidos o suficiente. Ao mesmo tempo pensava que tenho que arranjar um nome para este ataque, afinal de contas, é um ataque único em todo o universo, espíritos que comando com o meu pensamento, que nome poderei dar a este ataque? Bem, mas primeiro vou despachar estes fracotes. Eles estavam a conseguir esquivar-se de todos os meus ataques. Como é possível? Eles podem ver as almas? Percebi que não podia continuar a levar esta questão de ânimo leve. Ao mesmo tempo um deles fez-me um golpe pouco profundo no braço.
- Como é possível? Quem és tu?
- Perguntaram eles detendo por momentos o ataque.
- Não sofreste o ataque como um ser do mal, o golpe deveria ter-te provocado grande dor. No entanto tens uma aura de vampiro. Mas usas espíritos. Nunca conheci nenhum monstro como tu.
- Não seja por isso, se te cortar a cabeça deves morrer.
- Diz um outro, recomeçando o ataque.
Consegui perceber que mais elementos estavam a entrar no armazém. Decidi retirar, é melhor fugir e tentar pegar a espada. Assim terei mais hipóteses.
Felizmente embora eles tivessem bom poder de ataque e rapidez não tinham muita resistência. Rapidamente o seu nível de rapidez baixou e ficaram para trás. Peguei a espada e dirigi-me para um campo de futebol que há por perto. Se tinham sido capazes de me sentir, certamente conseguiriam encontrar-me aqui.
Decidi preparar uma armadilha. Será que conseguiriam ver as almas se estas estivessem debaixo da terra?
Para além disso estava a ficar de noite, talvez isto me desse uma vantagem, como sendo eu um ser em parte vampiro tinha boa visão nocturna.
Quando estes chegaram, aproximaram-se lentamente. Pareciam suspeitar de uma armadilha. A espada estava enterrada a poucos metros, bem segura com uma das almas.
Dois deles correram na frente. Foram facilmente agarrados ao entrarem no meu espaço de alcance.
O outro saltou desviando-se da armadilha. Tentou atacar-me de frente com um golpe de espada por cima da cabeça. Rapidamente a minha espada se moveu defendendo o ataque. Enquanto a minha outra alma o prendeu. Estavam ao meu dispor. Tencionava perceber quem eram e porque me atacavam.
Infelizmente surgiram mais seis guerreiros.
Pareciam só humanos. Eram lentos, estavam com medo e carregavam metralhadoras. Tentei dizer-lhes que tinha reféns, mas não valeu de nada. Começaram a disparar. Acertaram-me com algumas balas enquanto corria para os golpear. Usei os seus amigos como escudo. Foram também atingidos, mas isto não parecia detê-los.
Aproximei-me deles cortando mortalmente dois deles. Rapidamente consegui perceber o poder da espada a curar-me e dar-me energia. Dirigi-me lentamente para o terceiro elemento enquanto os outros três retiravam.
Este estava caído no chão. Estes seis humanos estavam vestidos como membros da polícia de choque. Não conseguia saber quem eram, mas este, enquanto tentava retirar o capacete, gritou “não me mates”. Tinha uma voz que me era familiar. Onde tinha eu ouvido esta voz?
Finalmente pude ver o seu rosto. Era o ogre do Nuno. O que se estava aqui a passar?
Não tive tempo para perceber. Senti um grande poder atrás de mim.
Um dos guerreiros que havia prendido soltou-se. Estava a regenerar-se dos ferimentos de bala. O que era isto? Quem é ele?
- Muito bem. Compreendo que te subestimei. Vais lutar apenas comigo.
- Por mim lutar apenas contra um era ainda melhor. Assim concentrava-me em acabar com este antes de eliminar os outros. Ele parecia ser o líder e muito provavelmente o mais forte.
- Claramente não és um vampiro.
- Dizendo isto apontou-me um raio de luz branca. Está a tentar ofuscar-me? Pensei.
- Não sei o que és tu. Tens uma aura de vampiro, no entanto a magia branca não te afecta. Não tens problemas em matar. Mas ao mesmo tempo detiveste o ataque contra o Nuno. Será que um monstro pode ter coração?
- O seu corpo começou a ficar envolvido em luz. Decidi soltar os seus amigos. E concentrar-me apenas nele.
Todos os outros se retiraram. Os corpos dos seus dois amigos que soltei começavam também a regenerar-se. Não tão rapidamente como o primeiro. Mas mesmo assim nunca tinha visto ninguém fazê-lo sem absorver sangue de outro ser.
- Pela tua cara estou a ver que nunca viste paladinos!
- Sorri dizendo: “pensei que não podiam estar seres mágicos na terra”.
- Seres mágicos!? Eu não sou um ser mágico. Eu sou um humano. Simplesmente fui abençoado com o poder necessário para eliminar monstros como tu.
- Nas suas mãos materializaram-se uma espada mais imponente e um escudo.
Saltou na minha direcção, atacando com uma rapidez e força como nunca antes tinha visto.
Estava a ter muita dificuldade em defender-me.
As almas eram quase inúteis.
Caí.
O paladino não se deteve a espetar-me a espada no coração.
Retirou-a lentamente apontou-a ao meu pescoço e disse:
- Foi bom poder libertar algum do meu poder. Deste mais luta do que alguma vez pensei.
- A espada ainda tinha poder para me regenerar. Sarei o golpe no coração e tentei golpeá-lo.
Ele saltou para longe incrédulo.
- Um vampiro que se cura sem ter que beber sangue!
Realmente és diferente de tudo o que vi até hoje! Mas isto acaba com o próximo ataque.
Levantei-me. Não tinha mais energia para regenerar.
Certamente iria perder a luta se continuasse assim. Ia ter que recorrer à minha última opção! Raulian...

1 comentário: