sábado, 9 de janeiro de 2010

Yu All - Blood Elf - Capitulo 10


(rewrote)
O treino do dragão



Só depois de demonstrar que sou realmente poderoso e de confiança Lara me deixará ser livre e rever Cecília. Lara definiu que deveria ser treinado em quatro áreas de forma a maximizar o meu poder. O treino que me estava destinado era um treino de 360º que deveria maximizar todas as minhas potencialidades. Segundo ela, iria receber o treino do dragão.
Luta corpo a corpo, onde o meu mestre seria Guilherme, o humano que havia entrado no clã na mesma altura que também eu deveria ter entrado. É o humano que absorveu o sangue de Dragão. Agora, ele não só comunicava com dragões, como também parecia ter a sua força, rapidez e resistência.
Durante os treinos, sempre que lutávamos eu perdia. Ele era incrivelmente dotado para a luta.
Gostava de se gabar que de entre os meus vários mestres, ele era o mais poderoso.
Sabichão, reguila, super inteligente e incrivelmente forte, Guilherme havia-se tornado num dos grandes orgulhos de Lara.

Deveria ser também treinado em controlo dos espíritos. A minha tutora xamã deve ser a mais brilhante e maluca de todos os tempos. O seu nome é Rafaela e esta controlava um bando de lobos castanhos, alguns ainda vivos e outros eram apenas espíritos. Quando estes animais atingiam o seu auge de força e resistência, ela procedia a um ritual que fazia com que a sua alma fosse absorvida, mas sem sofrimento, sem ter de os matar brutalmente e assim os lobos permaneciam com ela e serviam-na como se ainda estivessem vivos. Ela era a fêmea alfa do grupo, a loba mestre. O mais estranho é que por vezes ela realmente parecia ter mentalidade de lobo. Uma mulher realmente estranha!
As minhas sete almas não tinham hipóteses contra os seus setenta e quatro espíritos de lobos, nem eu tinha hipótese contra a sua astúcia e ousadia. Esta insana e brilhante xamã era sem dúvida uma guerreira espectacular.

Tinha ainda que aprender magia branca, a minha mestre era a própria Lara. Esta sempre dizia que não tenho jeito, mas que se tenho sangue de elfo, deveria ser capaz de controlar todos os tipos de magia facilmente. A mana orientada à magia branca era a mais difícil de controlar, mas se a conseguisse controlar, todas as outras artes mágicas seriam fáceis.

O último treino envolvia aprender a utilizar todo o meu poder negro sem que este me afectasse e para isto treinava quase sempre sozinho. Deveria receber ajuda de um velho necromante, mas este raramente estava por perto e notava-se que não gostava de companhia.

Com o passar do tempo compreendi que era o primeiro aluno de Guilherme. Eu era mais um novo amigo do que um discípulo. Guilherme era mais um génio que rapidamente se tornou num dos mais promissores lutadores do clã, compreendia-se perfeitamente o porquê de este ter sido chamado para o clã. Por mais que ele me tentasse ensinar eu nunca conseguia ser tão bom quanto ele. Será que se eu não tivesse passado tanto tempo no clã dos vampiros podia neste momento ter o seu nível de poder? Segundo lara eu podia neste momento ter uma força superior a 3 Guilhermes, algo que me custa acreditar quando estou sempre a ser derrotado por ele.

Rafaela, a minha instrutora espírita era constantemente imprudente, exigente e sempre tenta ser perfeccionista. Era uma mulher e mestre fora do normal.
Com ela aprendi tudo o que havia para saber sobre o mundo dos espíritos. Ela era fenomenal. Havia inclusive algo que apenas ela havia ousado, algo que a tinha tornado famosa entre todos os xamã. Era frequente ouvir dizer que apenas Rafaela poderia ter ousado e sido bem sucedida.
Ela conseguia transferir o seu espírito para além do mundo físico e estar em igualdade com as suas almas absorvidas. Isto era particularmente útil, permitindo-lhe controlar os seus espíritos para alem dos limites do corpo. Rafaela pode liderar as suas almas em direcção a uma batalha sem medo que o seu corpo seja afectado. Refugiando-se no mundo paralelo dos espíritos estava completamente a salvo enquanto os seus lobos destruíam os seus inimigos.
Rafaela era a minha hipótese para um dia conseguir devolver Raulian a um corpo, o que era considerado algo impossível. Mesmo ela não estava confiante em que conseguiríamos fazer tal coisa.
Rafaela tinha grandes contactos com seres do império de Gaia e segundo ela nem os seres mais puros haviam sido capazes de o fazer.
Mesmo que assim fosse, nem eu nem Raulian estávamos dispostos a desistir.
Uma das coisas que ela sempre criticava era o facto de eu absorver apenas seres inteligentes. Quando absorvia seres não inteligentes não era capaz de reter as suas almas. Ao que compreendi as absorções não eram tão incontroláveis como pensei. Sub-conscientemente havia absorvido todos os seres que destruí, mas haviam sempre pequenos animais que morriam perto de mim, como pequenos insectos e eu não estava constantemente a absorvê-los. Eu podia aprender a controlar o meu poder.
Com algum treino fui capaz de compreender como estas absorções inconscientes aconteciam e como as podia controlar. Rafaela fez questão de reforçar o que já vários outros me haviam dito.
Segundo Rafaela um dia as almas inteligentes deixariam de me seguir e nessa altura poderiam deixar de me ajudar ou mesmo começar a lutar contra mim. Todos antes de mim que tentaram absorver almas inteligentes tornaram-se rapidamente poderosos e igualmente tão rapidamente foram destruídos pelos seus próprios aliados. Para que isto nunca fosse possível Rafaela dizia-me que eu deveria ser sempre mais forte que os meus espíritos, que deveria evoluir rapidamente e mostrar-lhes sempre quem manda.
Por mais que tentasse nunca consegui igualar o feito de Rafaela e entrar no mundo dos espíritos e assim segundo ela, nunca conseguiria sobreviver caso estas decidissem atacar-me.

Era estranho pensar que com estes seres excepcionais este clã não fosse o mais poderoso deste planeta. Tinha dificuldade em acreditar que existem seres ainda mais poderosos.
Poucas semanas depois de ter chegado ao clã recebi notícias de que Cecília sabia que havia voltado e que também ela me queria reencontrar. Isto motivou-me ainda mais a treinar e rapidamente tornar-me forte.

Com Lara consegui compreender como funcionavam as artes mágicas. Infelizmente, por mais que tentasse Lara nunca parecia estar totalmente satisfeita, exigia mais e mais de mim, era constante o pensamento de que com tanto poder élfico eu deveria ser capaz de mais. Não compreendia exactamente o que mais ela pretendia de mim, mas dava todos os dias o meu máximo para que um dia me considerasse forte o suficiente para me deixar seguir o meu caminho e rever Cecília.

O mestre mais difícil de conquistar sempre foi o necromante. Nunca me dissera o seu nome, parecia não confiar em mim o suficiente. Apenas me demonstrava interesse quando lhe contava da minha experiência com os vampiros. Ele era realmente obcecado com a magia negra e seres de Seol.
Era especialmente divertido ver os seus encontros com Lara, parecia que se odiavam, ao mesmo tempo que se sentiam atraídos um pelo outro. O necromante e Lara não perdiam uma hipótese de demonstrarem que o seu tipo de magia era superior ao do outro, nem uma hipótese de se criticarem. Se me perguntarem a mim, era apenas uma hipótese para se verem e falarem um com o outro.

Em todas as áreas parecia que depositavam em mim grandes expectativas, os meus mestres eram sempre os melhores. Pergunto-me constantemente porquê eu. Porque esperavam tanto de mim?
Estes foram os tempos em que mais me esforcei e foram também os tempos em que mais fui feliz.
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