quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Yu All - Blood Elf - Capitulo 9


(rewrote)
Senhor de mim mesmo


Lara não estava disposta a facilitar, exigia saber tudo o que se passou comigo.
Tinha que lhe contar o porquê de Raulian estar comigo. Como tinha eu absorvido a alma de um suposto amigo e ainda para mais um ser tão poderoso. Mesmo enquanto espírito nota-se que Raulian é claramente mais forte que os restantes espíritos que me acompanham.
Tudo se passou há muito pouco tempo. Quando Raulian terminou de me treinar, surgiu a altura de ficar provado perante todos os vampiros qual era o nível do meu poder e qual o meu nível de compromisso para com eles.
Tinha de enfrentar um ser de poder relativamente próximo ao meu para que pudesse ascender a um nível superior de vampiro. A escolha foi de Octávio, provavelmente para que pudesse comprovar que realmente era devoto ao clã, foi-me indicado como adversário o então meu melhor amigo. Fui forçado a lutar com o meu mestre Raulian numa luta que apenas poderia terminar com a morte de um de nós. A morte não assusta os vampiros, a maioria deles acredita já estar morto, mas eu sabia que Raulian não desejava ser absorvido pelo meu poder e viver através de mim para toda a eternidade. Por outro lado sabia que este não se iria conter na luta e, não podia deixá-lo vencer.
Só provando que era capaz de tudo poderia ser um verdadeiro vampiro. Era o que todos, incluindo o próprio Raulian, esperavam de mim.
Foi uma luta violenta e sangrenta que terminou com a minha vitória. Mal absorvi Raulian prometi-lhe que o deixaria no reino dos mortos, não iria usá-lo para lutar.
Esta prova foi um obstáculo demasiado doloroso, não consegui ultrapassar o facto de ter morto um amigo, por isso, logo que pude, abandonei o clã.
Lara interrompeu-me com uma risada.
- Porque te ris?
- É impressionante a falta de conhecimento que tu e esse clã possuem. Têm modos bárbaros de agir e não percebem o conceito de xamanismo e controlo de espíritos. Ao não usares Raulian não estás a deixá-lo no reino dos mortos, mas sim prisioneiro dentro de ti.
- A sua atitude deixou-me irritado.
- Raulian é um verdadeiro amigo, que merece todo o meu respeito, agimos de acordo com as nossas crenças e conhecimentos. Mesmo neste estado, Raulian continuou a ser o meu mestre. Aprendi que não precisava subjugar a sua alma, pois ele pode viver através de mim, mas sempre estive convicto de que não o deveria utilizar para lutar e um dia ainda o poderei devolver à vida, seremos novamente os dois contra tudo e todos, é nisto que acredito.
- Novamente Lara ria de mim.
- João. Foste enganado. Tudo é um motivo para te tentarem prender a eles. O poder negro que te corre nas veias influencia-te. Certamente se não fosse esse poder nunca matarias humanos tão facilmente. Com certeza esse poder tem-te tornado confuso e agressivo. E esse Raulian está contigo só para te vigiar. Até a arma que te deram, pode parecer um bom presente, uma prova de amizade e preocupação, mas na realidade, cada vez que a usas perdes a pouca humanidade que te resta. Transformas-te cada vez mais num vampiro. Foi graças a esta espada que inicialmente surgiram os vampiros, sabias? Esta espada tem tanto de poderosa como de destruidora, será mantida na nossa posse e nunca ninguém mais a utilizará.
- Os argumentos de Lara faziam sentido, não o podia negar, mas também não podia acreditar que eles me haviam usado. Eu realmente acreditava que eles eram meus amigos. Mas agora, agora estou confuso. Não sei em quem acreditar.
Finalmente Lara libertou-me. Disse que me iria ajudar a controlar melhor os meus poderes e a fazer com que o poder negro pudesse ser usado sem me influenciar.
- Descansa, alimenta-te. Amanhã tens muito que fazer. Tens que te desculpar com todos os que mataste e, se for do seu desejo, deves deixar as almas partirem para o outro mundo, mesmo que isso signifique perderes poder.
- Lara saiu, deixando-me com os meus pensamentos.
Aproveitei para sair um pouco da cabana. O local onde estava agora é muito diferente do território dos vampiros, aqui tudo era natural e belo.
Estava numa pequena colina que dava para um vale verdejante. Conseguia ouvir o som dos animais, sentir o cheiro das plantas. Este era realmente o paraíso que Cecília me havia prometido.
Embora rodeado de beleza a minha mente não se conseguia concentrar nela. Apenas o desejo de fazer sentido de tudo que me tem acontecido paira na minha mente.
A manhã chegou rapidamente, mal consegui dormir.
Ainda mal o sol apareceu no horizonte quando sou levado por alguns guerreiros xamã para uma clareira onde devo conversar com as minhas almas e decidir o seu futuro.
Os xamã ficaram por perto para garantir que nenhuma delas me tentará atacar. Acreditavam que estava indefeso contra elas.
Pensando bem, caso elas me atacassem não sei o que poderia fazer, ainda bem que as mantive escravizadas, não sei o que aconteceria se inconscientemente as tivesse mantido com um nível de liberdade maior.
Mantive a calma. Se me explicar tenho a certeza de que tudo vai correr bem.

Fui levado para uma clareira, seis almas apareceram. Quatro delas, entre os quais estava Renato, o primeiro homem que matei, rapidamente se ajoelharam perante mim dizendo:
- Sabemos o que se passa mestre, Octávio previu tudo isto, estamos aqui para te servir.
Fiquei de boca aberta. Afinal estas almas eram realmente antigos servos de Octávio.
As outras duas rapidamente enterviram.
– Sabemos o que se passa, foste enganado pelos vampiros, a partir de agora, com a nossa ajuda acreditamos que vais seguir um caminho mais justo. Somos guerreiros da luz, mesmo depois da morte vamos continuar a lutar pelo bem.
Dizendo isto ajoelharam-se também perante mim chamando-me de mestre.
Não sei bem como as coisas estavam assim, mas não deixaria que ninguém me dissesse o que fazer. Decidi impor-me. Com a ajuda deles os seis com certeza poderia libertar Raulian e tomar controlo sobre o que se estava a passar.
Concentrei-me. Conseguia sentir a aura de Raulian. Segui na sua direcção. Com a ajuda dos meus novos aliados corri para o libertar. Estava preso numa jaula de luz branca, com um murro a jaula desfez-se. Ninguém me tentou deter.
"Raulian, Temos muito que conversar" disse-lhe.
Raulian olhou-me ajoelhando-se.
- Pyros, agora és tu o mestre. Tal como previsto, agora sou teu escravo. Tal como Octávio previu, tu conquistarás tudo.
- Não sabia o que fazer, não esperava nada disto.
Lara surgiu por trás de mim.
- Tens a certeza que vais aceitar esse como teu súbdito? Tens que ser selectivo.
- Sim. Raulian é um amigo de confiança.
- Na realidade não esperava que isto acontecesse, mas estava contente com o resultado.
- Bem João. Vais ficar aqui…
- Interrompi-a dizendo que o meu nome é Pyros.
- Muito bem. Pyros!... Vais ficar aqui a treinar até que te consideremos digno de concretizar algumas missões. Foste criado para nos servir, e assim será.
- Exijo ver Cecília.
- Lara riu.
– Não te esqueças que sou tua superior. A seu tempo permitir-te-ei vê-la. Agora vamos ao treino!
- De alguma forma sabia que nada podia fazer. Mas iria eu obedecer a Lara e mais uma vez adiar os meus planos!?
...

4 comentários:

  1. Tenho!? Ei pá...eu até que gostava...mas a história, não é a história da minha vida ;)

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  2. Gostavas pk? A Lara é uma boazona é? então entra na história...transforma-te num Avatar e ficarás mais bonito...:P

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  3. eiia o macaco azul! Isso é que era!

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